Estamos no festivo mês de novembro, ( todo mundo está feliz?) , quando todo mundo vira preto, ou teve uma tetravó, preta, convenientemente,  desembalsamada, para dar legitimidade ao argumento do  falante,  ou a afirmação mais recorrente,  o ‘meu melhor amigo da escola primária, ginásio, faculdade era negro’, e etc e tal.

A causa negra foi abduzida pela política rasa, as conversas miúdas de esquinas, ou as notícias instagramáveis, que sobem e descem a Serra.

Esquerda, direita, volver , o que vale é ganhar likes.

Enquanto isso, nas Alagoas de Palmares,  a juventude preta é escalpelada , diuturnamente, nas grotas e periferias, em sua autoestima, na dignidade, e, ou afirmação  do existir.

A Polícia carrega a certeza que , jovens pretos, sempre serão elementos suspeitos, desde o berço.

Desumanização atemporal.

Crianças negras são vítimas constantes de racismo recreativo, abusivo, violador do bem estar.

E tá tudo bem, com  a infância das crianças, desde que estejam com o bucho cheio.

No instante que escrevo esse texto, mais uma criança foi molestada em seu direito de ser da religião de matriz africana e a diretora da escola, fica naquela pasmaceira institucional ‘de não-sei-o-que-fazer.’

E pasmem, estamos em novembro e vale afirmar que o Dia de Almerinda Farias Gama é  única politica antirracista sancionada, até agora,  na gestão de João Henrique e foi articulada por Arisia Barros, dentro do Programa Maceió é Massa Sem Racismo, coordenado pela Prefeitura de Maceió.

É o Projeto de Lei 22 de 2024, ( Olivia Tenório), que estabelece o dia 16 de maio, como Dia Municipal de Almerinda Farias Gama, a sufragista maceioense, 

Almerinda é considerada um ícone na luta pela garantia do voto feminino e uma das primeiras mulheres negras a atuar na vida política do Brasil. A Lei visa honrar, resgatar, celebrar e reconhecer a importância da maceioense  Almerinda Farias Gama, figura de destaque na história brasileira e ainda desconhecida, em Alagoas,

É para aplaudir  o feito, mas, contudo, todavia, entretanto , urge o exercício constante do ativismo na  cobrança de outras políticas vitais e urgentes.

Estamos em novembro, mês para reivindicar , exigir do poder público que reconheça a luta dos movimentos negros e as materialize, em politicas públicas.

Ô, João Henrique sanciona  o Conselho Municipal para Igualdade Racial.

Assina, Prefeito!