Os meios de comunicação em Alagoas exibem nos últimos dias a mais nova campanha publicitária do governo estadual. Na TV, a peça de um minuto de duração anuncia o investimento de 5 bilhões de reais em obras que vão contemplar 13 municípios da Região Metropolitana. O slogan resume a parada: “Governo de Alagoas faz o maior investimento da história na Grande Maceió”. O pacote vai de novas escolas a rodovias.
A investida do Palácio dos Palmares incomodou a turma do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas. Fontes secretas me informam que, na prefeitura, a ordem é espalhar que o valor de 5 bilhões anunciado seria uma ficção científica. Natural. A guerra entre os grupos do município e do Estado tende a aumentar até a chegada de 2026.
Segundo a propaganda, as cidades receberão novas unidades de ensino, creches, UPAs e hospitais. São citadas ainda obras de saneamento e a construção da “nova Ceasa” e o mercado de Jaraguá. Como não poderia faltar, destaque para duplicação de estradas e até a “triplicação” da AL-101 Sul. “Botou pocando”, diz o anúncio cheio de firulas.
Aliás, capturar a fala das ruas é a grande miragem dos poetas da publicidade brasileira. Nesse sentido, reconheço, os criadores acertaram em cheio ao recorrer a personagens como o Galego do Veneno, o cover de Roberto Carlos e o garoto-propaganda de uma famosa loja do comércio da capital. Tem até homenagem à Miss Paripueira.
Nesse embalo, para fechar com um gol de placa, o jornalista Marcio Canuto aparece no fim do anúncio repetindo o slogan dos 5 bilhões de reais e do “maior investimento da história”. Ele ocupa apenas dez segundos da propaganda, o suficiente para imprimir performance acachapante, com sua marca registrada e intransferível.
Não lembro de uma campanha de publicidade governamental que tenha tido tamanha repercussão como esta. Não por acaso, o pessoal de Jaraguá acusou o golpe. É que o governo faz um carnaval no reduto que, em tese, é do alcance da prefeitura.
Além de Maceió, são beneficiados os municípios de Marechal Deodoro, Satuba, Rio Largo, Messias, Murici, Pilar, Atalaia, Barra de São Miguel e outros. É uma tacada que pretende consolidar a imagem do governo no eleitorado da capital.
JHC sonha com eleição à cadeira de governador. Tem força para isso, ninguém duvida. Mas terá como adversário o até hoje imbatível Renan Filho, senador licenciado e ministro de Lula. Ao que parece, será um duelo entre as duas máquinas – Estado e prefeitura – chefiadas, cada uma, por Dantas e Rodrigo Cunha, a serviço de seus candidatos.
Como escrevem os redatores da publicidade do governo: “Eita, pega”!










