Negócio em família. Se tudo o que se fala na imprensa alagoana nas últimas semanas se confirmar, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, periga eleger a família quase toda em 2026. Ao menos este seria o desejo do jovem gestor da capital alagoana. Até o ano passado, o único nome do clã na corrida eleitoral que vem aí era o do próprio JHC. Em questão de meses, o número de candidaturas saltou de um para cinco.
Dona Eudócia Caldas, a mãe do prefeito, ganhou uma cadeira no Senado, depois do inusitado arranjo com o então senador Rodrigo Cunha, que virou vice de JHC. A aventura da matriarca terminaria por aí, com data final em 2027. Mas agora isso parece ter mudado. Nas negociações intermináveis, ela já estaria se preparando para as urnas.
Não parece plausível que Eudócia tente renovar o mandato no Senado. O caminho está além de congestionado, numa parada duríssima. Mas nada é descartado. Temos o parlamento nacional e a Assembleia Legislativa como opções para se ajeitar.
O patriarca – o veterano e notório João Caldas – cisca por um mandato de deputado federal, posto que já ocupou. Para isso, assumiu a presidência nacional de um partido nanico, o Democracia Cristã. Andou se estranhando com o filho gestor. Nada grave.
Se a mãe e o pai do inquilino de Jaraguá estão na corrida, tem ainda o irmão que adotou como nome de guerra a marca Doutor JHC. Foi suplente de deputado federal e está sem mandato. O rapaz se envolveu em encrencas delicadas nos últimos anos, tendo chegado a frequentar delegacia. A ver se esses fantasmas não podem atrapalhar.
E finalmente o quinto nome na lista familiar é a esposa do prefeito, a jovem Marina Cândia Figueiredo. Com participação ostensiva em eventos de potencial claramente eleitoral, a primeira-dama de Maceió parece empenhada em seguir o rumo da política. De repente, já é cogitada até como aspirante a uma cadeira de senadora. Faz barulho.
Recapitulando e resumindo, para ninguém se perder no cipoal de nomes e cargos: JHC (para governador ou senador), Dona Eudócia (senadora ou deputada), João Caldas (deputado federal), Doutor JHC (deputado estadual) e Marina (deputada federal ou senadora). Estes são os nomes que a oligarquia aposta alto.
Na política brasileira, não é novidade a proliferação de parentes, de um mesmo sobrenome, no exercício de mandatos eletivos. Ao contrário, é uma tradição imexível na vida pública do país. Mas suponho que esse painel dos Caldas seja inédito.










