O CM Cast lançou nesta segunda-feira (13) a segunda parte da entrevista com Rafael Tenório, empresário, ex-suplente de senador e ex-presidente do CSA. Conduzida pelos jornalistas Carlos Melo, diretor-executivo do CadaMinuto, e Ricardo Mota, a conversa abordou apostas, endividamento, saúde mental e política. Veja a primeira parte clicando aqui!

Sobre os jogos eletrônicos e apostas online, Tenório afirmou que a situação é alarmante: “As bets são a mesma coisa que drogas. Em 2023, o Brasil movimentou R$ 50 bilhões em apostas. Em 2024, saltou para R$ 214 bilhões. É um absurdo.” Ele relatou casos de funcionários endividados e com sofrimento psicológico, alguns chegando a pensar em suicídio. 

O empresário criticou o papel de influenciadores e ex-jogadores: “O governo deveria punir rigorosamente quem faz propaganda de apostas. Não é moralismo. É um crime.” Ele destacou que 16 dos 20 clubes da Série A são patrocinados por casas de apostas, com contratos milionários, e citou a “bancada das bets” no Congresso como um obstáculo à fiscalização.

O ex-presidente do CSA também relacionou o problema ao endividamento dos trabalhadores. “Já comecei a perder funcionários. Um deles ganhou R$ 3.000, pediu R$ 16.400 em empréstimo consignado, e vai pagar R$ 965 em 24 parcelas. Isso é agiotagem. Não encontro outra palavra para definir.” 

Sobre saúde mental, Tenório falou de sua experiência pessoal: “Entrei em depressão em 2017, procurei psiquiatra e psicóloga e sigo acompanhamento até hoje. Nas empresas, criamos um programa de apoio à saúde mental porque percebi que muitos funcionários adoeciam.”

Na política, Tenório comentou sua relação com Renan Calheiros. “Serei suplente de Renan de novo. Temos afinidade, nunca houve desgaste. Cheguei à suplência por ser presidente do CSA, não por relação pessoal. Renan é articulador, maleável e estratégico”, finaliza. 

Os episódios do CM Cast vão ao ar às segundas e quintas-feiras, a partir das 12h.