Oficialmente, o processo eleitoral 2026 começou na última quinta-feira, dia 2, com a abertura dos códigos-fonte das urnas eletrônicas. É o passo inicial da verificação da segurança do sistema de votação. Estamos precisamente a um ano das eleições gerais, marcadas para 4 de outubro, em primeiro turno. A partir de agora, não é mais possível a criação de novas regras. Sobre as candidaturas, aí não se pode dizer o mesmo.

É o contrário, como não poderia ser diferente. Por enquanto, todo mundo é pré-candidato e quase ninguém está com o nome assegurado na disputa. De todo modo, ainda que simbolicamente, o calendário passa a correr em outro clima, digamos assim. Nas proximidades da reta final de 2025, algumas alianças estão encaminhadas.

No âmbito local, o senador Renan Filho voltou a indicar, na semana que passou, a disposição para concorrer ao governo. Foi o que ele disse publicamente ao participar de um evento sobre gestão pública. É franco favorito, caso o prefeito de Maceió não seja candidato. Se os dois se encontrarem na pista de corrida, aí a briga promete ser acirrada.

No quadro nacional, a única certeza é a candidatura de Lula à reeleição. Mesmo quando o presidente parecia na lona, com índices de reprovação além do aceitável, PT e aliados não cogitaram outro nome. Agora que a maré virou a favor do governo, o homem é mais candidato do que nunca. Somente o imponderável, como um piripaque, mudaria isso.

Do outro lado das forças políticas, tem-se rigorosamente o oposto. Com Jair Bolsonaro inelegível, ainda que fora da prisão, o campo da direita, em suas gradações, bate cabeça à procura de um nome. Até agora, apesar de especulações pouco viáveis e alguns desatinos, o aspirante no jogo pra valer é o governador paulista Tarcísio de Freitas.

Apesar das confusões e da troca de tiros entre aliados, e até entre os membros da família do ex-presidente, não apareceu ninguém com o potencial de Tarcísio. É o cara do centrão, do agronegócio e do mercado. O diagnóstico corre solto pela imprensa. 

Por motivos públicos, o nome de Eduardo Bolsonaro não é levado a sério por ninguém, nem entre sua própria turma. Nos últimos dias, a alternativa Michele Bolsonaro voltou à bolsa de apostas, mas, como de outras vezes, logo a ideia desaparece na poeira.

Também nas últimas semanas, Ciro Gomes voltou a ser citado com mais ênfase para uma candidatura. O problema é que, com Lula de um lado e, de outro, um nome apoiado por Bolsonaro, não há como o nervosinho passar dos 8% no primeiro turno.

Novas lideranças à vista? Ainda não será com a eleição de 2026. Chegamos à data redonda nessa contagem regressiva anual com o panorama cristalizado entre as mesmas forças. Um fenômeno agressivamente imutável desde as urnas de 2018.