Alice, aos 23 anos, é uma menina bem bonita, sorriso aberto, simpática e tem o corpo marcado por tatuagens.
Conversamos um bocadinho sobre muitas coisas e daí meu olhômetro linguarudo perguntou:-Ô, menina, porque tantas tatuagens, hein!?
Antes dela responder, o Dr. Arthur, o irmão entra na história:- Pois, é , também pergunto a ela, desde que começou a tatuar o corpo. Não sou muito fã- afirma ele.
Alice se vendo cercada pela tropa da inquisição virou o jogo:- A senhora é muito estilosa para ser preconceituosa.
E, tome o tapa na cara com luva de pelica.
Minha filha já fez a mesma observação.
Didaticamente expliquei para a menina:- Se a policia te parar na rua e olhar tuas tatuagens pode até estranhar, mas vai ficar de boa. Você é uma menina branca padrão.
Mas, se a abordagem policial for em uma mulher negra tatuada, e principalmente no homem negro a coisa muda de figura.
Se transforma em marginalização.
O que trago em mim, Alice são mecanismos de sobrevivência, que nós negros apreendemos para continuar resistindo.
Algumas marcas da opressão escravagista são inapagáveis
Obrigada pela dica, menina, vou rever meus pontos de vista..
A senhora é muito estilosa para ser preconceituosa disse Alice a esta ativista
