O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da 62ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial, realizou nesta quarta (24) e quinta-feira (25) novas inspeções em delegacias da Polícia Civil localizadas em Maceió.

A promotora Karla Padilha, responsável pela vistoria, esteve no 5º Distrito Policial e na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, onde constatou problemas como acúmulo de inquéritos, investigações paralisadas, equipes reduzidas e sobrecarregadas, além de bens apreendidos armazenados em condições precárias. “Na prática, isso significa prescrição e impunidade”, alertou.

No 5º DP, a promotora destacou que houve melhorias estruturais em relação à inspeção de 2024, como pintura do prédio e eliminação de cupins, mas a falta de servidores persiste. Segundo ela, a unidade conta com apenas uma escrivã sobrecarregada e equipe insuficiente, o que limita o atendimento à população da parte alta da cidade.

Já na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, o principal problema é a falta de espaço para guardar o grande volume de veículos apreendidos. A delegacia, que antes contava com mais de 30 servidores, hoje funciona com apenas 18 e um delegado, apesar de ter abrangência estadual.

Entre os problemas recorrentes encontrados em mais de 20 delegacias já vistoriadas, estão o acúmulo de inquéritos físicos, que favorecem a proliferação de insetos e animais peçonhentos, e a guarda inadequada de armas e drogas. A promotora ressaltou que o sistema digital de Procedimentos Policiais Eletrônicos (PPE) deveria eliminar a necessidade de arquivos em papel.

Diante do quadro, o MPAL deve expedir Recomendações à Secretaria de Segurança Pública e à Delegacia Geral da Polícia Civil, cobrando medidas como padronização de prazos para incineração de drogas e destinação de armas. Caso não haja providências, a Promotoria avalia recorrer ao Judiciário por meio de Ação Civil Pública.

 

Fotos: MP/AL