Eduardo Bolsonaro, o delinquente fujão, tem a solidariedade da banda podre na Câmara dos Deputados. O PL, a facção partidária de Jair Messias e Waldemar Costa Neto, faz de tudo para salvar o mandato do parlamentar que atua nos Estados Unidos como traidor dos interesses do Brasil. A jogada é fazer do Zero Três líder da minoria na Câmara. O titular desse posto não é obrigado a comparecer às sessões no parlamento. 

Sob a presidência do leniente Hugo Motta, a Câmara avança com seu projeto de autodesmoralização. A ralé do colegiado, também conhecida como baixo clero, dominou os trabalhos num rolo compressor sem precedentes. As investidas contam ainda com a turma do centrão e políticos da base governista. A bagaceira é geral.

Em outra raia, projetos de interesse da sociedade são sequestrados por figuras que agem para chantagear o governo. É o caso da proposta de isenção do IR para quem recebe até 5 mil reais por mês. O relator Arthur Lira enrola o negócio há meses. Para quem conhece o padrão republicano deste senhor, surpresa zero. Lamento, mas é a verdade.

Se não estão nem aí para as demandas do país, os maiorais da escória agem de maneira fulminante na defesa de empreendimentos particulares. Com essa lógica, a Câmara aprovou na noite desta terça-feira a PEC da blindagem, devidamente rebatizada na voz do povo como PEC da bandidagem. Outro insulto aos batalhadores brasileiros.

Pelo texto da PEC da bandidagem, um parlamentar somente poderá ser alvo de ação penal no STF se a Câmara aprovar – em votação secreta. Em outras palavras, deputado criminoso será protegido por seus cúmplices no covil chamado Legislativo.

A iniciativa cria um tipo de criminoso especial, acima do Código Penal. Ao que parece, a Câmara está decidida a competir com o PCC, o Comando Vermelho e outros parlamentos, digo, outras facções concorrentes. É a consagração da impunidade.

De quebra, ainda temos a tramitação de uma excrescência sob a rubrica de anistia geral para bandidos que tentaram um golpe de Estado. Aqui, na verdade, o grande objetivo é livrar Bolsonaro da sentença de 27 anos de cadeia. É patifaria até umas horas.

Como chegamos a tamanha degradação, a um desmantelo moral dessa magnitude, é cedo para uma radiografia. Para dar conta do fenômeno, historiadores precisam de tempo para juntar os cacos da implosão coletiva num dos poderes da República.