O prefeito de Maceió se acertou com Lula e o PT sobre as eleições de 2026. Depois de ver a tia Marluce Caldas nomeada pelo presidente para o cargo de ministra no Superior Tribunal de Justiça, JHC fechou apoio à reeleição do atual inqulino do Planalto. Até agora, o mandatário de Jaraguá não deu uma palavra sequer sobre o acordo fechado. Tudo o que veio a público foi por meio de aliados – e de adversários também.

É importante separar as coisas. Ainda que articulações de âmbito nacional possam ter conexões com um cenário regional, isso se dá em diferentes gradações na escala de alianças. Pelo visto, a partir desses movimentos do prefeito, ele fechou apoio à reeleição de Lula, mas não levou à negociação candidatura ao governo ou ao Senado.

Daí a aparente ambiguidade do prefeito com o escambo entre seu secretariado e a Câmara Municipal. Ao mexer na equipe, ele convoca um vereador e abre vaga para o suplente Caio Bebeto, legítimo representante da vanguarda do atraso. Como é que um acordo no topo leva o homem a contemplar no baixo clero a antítese do lulismo?

Por isso que falei acima: JHC não amarrou com Lula seu rumo em 2026. Aliás, a hipótese nem faz sentido. Essa decisão está em aberto por razões pessoais do prefeito. É o que explica os recados do governador Paulo Dantas e do senador Renan Calheiros, cheios de elogios à administração do prefeito. Uma clara tentativa de acordo entre “inimigos”.

E o bolsonarismo nessa história toda? JHC pulou para o barco de Bolsonaro no segundo turno de 2022, quando deixou o PSB e se filiou ao PL. Sem dúvida, um caso clássico de oportunismo bruto. Mas o prefeito jamais se juntou à turma de Leonardo Dias, Fábio Costa e outros fundamentalistas do bolsonarismo. E os votos do “mito” condenado?

Todos aqueles que, num dado momento, em alguma medida, se juntaram a Bolsonaro temem um afastamento traumático. O trauma seria o derretimento de votos que um dia chegaram exclusivamente por obra e graça do “padrinho” de ocasião.

Resumindo, mostram as aparências, o alardeado acordão de Brasília não tem o alcance vendido por muitos na praça. Prova disso é a decisão de abrir uma mamata para um bolsonarista perturbado desde jovem. JHC será candidato em 2026. Ok, é um chute.