A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), relator da CPMI do INSS, possa visitá-lo durante o período de prisão domiciliar. A solicitação foi protocolada na noite de terça-feira (19), enquanto a oposição articulava a composição da comissão.
Naquele momento, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), já havia alinhado internamente a candidatura única da direita para a presidência da CPMI e buscava apoio de outras siglas. Paralelamente, partidos do centrão celebravam, em um jantar em Brasília, a formação da federação entre União Brasil e PP, que se posicionou em tom crítico ao governo federal.
No dia seguinte, Gaspar foi oficializado como relator. A expectativa da oposição é transformar a comissão em palco de desgaste político para o Planalto, atribuindo ao governo a responsabilidade pela fraude bilionária identificada no INSS. Entre os depoimentos esperados, está o de Frei Chico, irmão do presidente Lula e dirigente sindical citado em denúncias de irregularidades contra aposentados.
O deputado alagoano tem histórico de alinhamento com Bolsonaro. Na Comissão de Constituição e Justiça, relatou um processo de sustação de ação penal em que defendeu a interrupção do julgamento no STF que envolve o ex-presidente por tentativa de golpe. Governistas afirmam que essa postura compromete sua imparcialidade, mas Gaspar nega e diz que conduzirá a relatoria com independência.