Uma testemunha que conviveu diretamente com a esteticista Cláudia Pollyanne Farias, de 41 anos, que morreu em uma clínica de reabilitação no último sábado, concedeu entrevista à TV Ponta Verde nesta quinta-feira (14). Ela detalhou o tratamento recebido na unidade para dependentes químicos em Marechal Deodoro, na Região Metropolitana de Maceió.

Leonardo Mendes, ex-paciente da clínica, relatou que o ambiente era marcado pela violência. “A gente espera ser tratado com dignidade, receber ajuda e encontrar um tratamento que nos ajude a se recuperar. Mas o que acontecia era muita violência”, afirmou.

Ele contou que chegou a ser espancado pelo próprio dono da clínica com um soco na barriga, fazendo-o cair no chão, seguido de vários chutes. Após as agressões, tanto ele quanto outros pacientes eram dopados e trancados em um quarto. 

Leonardo ainda disse que o proprietário se tornava ainda mais agressivo quando via ele e Cláudia juntos.

A testemunha também denunciou as condições precárias da clínica: com 25 pessoas internadas, não havia camas suficientes, e muitos eram obrigados a dormir em colchões espalhados pela sala. 

O ex-paciente descreveu o clima de tensão constante dentro do local, onde ninguém sabia como o proprietário reagiria a qualquer momento devido ao seu comportamento instável. “Às vezes estava todo mundo bem, e ele chegava agredindo todo mundo”, contou.

Entenda

Cláudia Pollyanne Farias, conhecida como Polly, morreu no último sábado (9) em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos em Marechal Deodoro. Segundo a família, ela estava internada há mais de um ano.

Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado após a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade informar que a paciente havia chegado sem sinais vitais, cerca de quatro horas após o óbito, apresentando supostos hematomas pelo corpo.

O caso está sob investigação da Polícia Civil de Alagoas (PCAL).

 

*Estagiário sob supervisão da editoria