Um agradecimento ao presidente estrangeiro por impor medidas que vão gerar desemprego e ameaçam quebrar empresas brasileiras. É o que está resumido nos cartazes exibidos por bolsonaristas em manifestações que ocorreram neste domingo. Como se vê na imagem acima, a vassalagem a Trump está em inglês, para que não haja dúvidas dos sentimentos que embalam os cidadãos de bem e as senhoras do lar. Não param de passar vergonha. É o que acontece quando o fanatismo pauta uma vida.
Na avenida Paulista, a mobilização foi, de novo, mais um fracasso. Segundo a USP, menos de 40 mil seguidores da seita estiveram no ato contra o Brasil. Os discursos no palanque confirmam o mundo paralelo dos bandidinhos golpistas. Os governadores Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR) e Tarcísio de Freitas (SP) dessa vez não apareceram. Estão desorientados, à procura de rumo para salvação.
A turma de Bolsonaro e a extrema direita em geral vivem um impasse. Como manter as homenagens ao ex-presidente com tornozeleira e, ao mesmo tempo, viabilizar uma alternativa para 2026? O inelegível Jair Messias força os aliados a esticarem a corda, na vã tentativa de, como diria o glorioso Augusto Heleno, virar a mesa.
Como tal virada só existe no mundo mágico dos bolsonaristas, a tendência é que as confusões escalem níveis mais temerários no covil da ultradireita. Valente feito um boquirroto, Caiado é um caso meio exótico. Foi candidato a presidente em 1989, já naquele tempo embalado em discurso truculento contra direitos sociais.
O sonho do governador de Goiás, assim como dos demais postulantes no mesmo barco, é receber as bênçãos de Bolsonaro. Ser apontado como o nome do líder da seita seria como ganhar na loteria. Mas a familícia não desiste. Na sua lógica desvairada, as instituições existem para se dobrar às suas vontades políticas e pessoais.
É por aí que se deve interpretar as manifestações de rua que Bolsonaro ainda tenta turbinar, mas sem sucesso. Levar no grito, na força bruta ou no jogo desonesto sempre foi o padrão do militar que desonrou a farda. A fixação doentia em se dar bem a qualquer custo explica o comportamento de agora. No fundo desse buraco, não há recuperação.
O pior presidente da história brasileira está de tornozeleira, exibe na testa o carimbo de golpista eterno e caminha para a prisão em poucas semanas. Ao mesmo tempo, seus áulicos e vassalos na política vão às ruas agradecer a Trump por detonar o Brasil.
Foi o que fizeram neste domingo deputados e vereadores alagoanos, numa demonstração de que ou são virtualmente criminosos ou não entenderam nada. Esses depravados insistem em produzir evidências do quanto são perigosos à democracia.