Notícia ruim para Bolsonaro e sua gangue. O Supremo Tribunal Federal reabriu os trabalhos na manhã desta sexta-feira, primeiro de agosto de 2025. O presidente da corte, Roberto Barroso, começou com uma defesa do Judiciário, da independência dos poderes e do Estado de Direito. Em referência ao ataque de Trump e a ação dos traidores do Brasil, o ministro reafirmou que nada vai impedir o STF de cumprir seu papel.

O tom enfático de Barroso não surpreende, mas as escolhas que fez na elaboração de seu texto, sim. O ministro conseguiu, de forma clara e minuciosa, traçar uma linha do tempo da assombração golpista que infernizou a vida brasileira por quase um século. Da Proclamação da República a 1964, uma barbaridade que só foi extinta mesmo, formalmente, em 1985. E hoje não há chance para tamanho retrocesso.

A Constituição de 1988 e a eleição direta de 1989 nos afastam de vez dos regimes que fazem da tortura uma política de Estado. Estamos há exatos 40 anos no jogo democrático – o período mais longo na República sem interrupções golpistas. Bolsonaro, figurões nacionais e porcarias alagoanas não engolem essa. São tipos irrecuperáveis.

Não foi apenas uma sessão de desagravo ao ministro Alexandre de Moraes, o grande alvo da família Bolsonaro e do ensandecido Trump. Depois de Barroso, o decano Gilmar Mendes e o próprio Moraes se manifestaram, com discursos especialmente preparados para a gravidade da ocasião. Como já escrevi, ficou pior para a extrema direita.

Sem citar nomes, porque não precisava, Gilmar e Moraes enquadraram os “covardes”, “golpistas”, “criminosos”, “foragidos”, “falsos patriotas” e “traidores da pátria”. Ninguém precisa desenhar: Eduardo Bolsonaro, por exemplo, deve ter entendido que seu horizonte é de tempestade. Pode perder o mandato e parar na cadeia. É um criminoso confesso.

Aliados do mito com tornozeleira no mocotó reclamam de Eduardo. Dizem que o rapaz, aos 41 anos de idade, ainda é um “jovem imaturo” (eu adoro esses papos) e, por isso, pisou feio no tomate e no hambúrguer. Movido por essa imaturidade, o rapaz defende os interesses de um império e trama contra seu próprio país. Vai pagar caro por tal desatino.

Contava com uma resposta forte do STF diante da investida contra o Poder Judiciário, mas os discursos foram acima da expectativa. Um sinal evidente para reafirmar aquilo que você certamente já deve saber: o julgamento de Bolsonaro segue normalmente, caminhando para a sentença que o levará ao xadrez. Porque estamos numa democracia.