Falando sério, até ontem ninguém acreditaria que um presidente americano poderia se estranhar com o Brasil por causa de uma assombração chamada Bolsonaro. Mas a tradição intervencionista está na alma dos Estados Unidos. A travessia completa do século 20 se deu sob o signo de invasões e financiamento a regimes truculentos. A América do Sul é palco desse trágico modelo de “moderna” colonização.

E quem diria que a esta altura o país estaria em meio a debates sobre patriotismo e traidores da pátria?! Coisa mais fora de hora. A onda extremista pela direita, que varreu o mundo na última década, valeu-se da mistificação sobre essas categorias de pensamento e da política. “Querem destruir os princípios do nosso nacionalismo”.

Vejam o slogan dos Bolsonaro na campanha vitoriosa de 2018. É “Brasil acima de tudo”. O mesmo cenário se verifica em dezenas de países embalados no vendaval ultrarreacionário. Cidadãos de bem foram às ruas, continentes afora, na defesa dos valores conservadores, contra os comunistas da bandeira vermelha.

Mas os patriotas de outrora agora cerram fileiras no exército inimigo. O fundamentalismo ideológico – ou o materialismo econômico, tanto faz – despiu os senhores da fantasia verde e amarela. Saíram a campo, sobre quatro patas, para defender Trump e suas ações contra a economia brasileira. No slogan pelo avesso, um país abaixo de tudo.

Alagoas dá seus cabos e soldados nessa investida americana contra o Brasil. Vereadores e deputados saltitam as palavras de ordem autorizadas pelo bolsonarismo. Estão doidinhos em suas redes sociais, vejam só, salivando por ataques ao próprio país. 

A oposição ao governo Lula, incluindo os desqualificados da bancada alagoana, aqui e em Brasília, sabe que corre perigo. O carimbo de traíra na testa desses elementos é uma possibilidade real. A ver até que ponto a gentalha estica essa corda. 

Porque as escolhas de agora vão imprimir uma fatura em 2026. Pense em nomes como Alfredo Mendonça e Fabio Costa – para ficarmos na “elite” dos quintas-colunas. Serão cobrados a explicar com clareza por que a opção contra o interesse nacional.   

De olho no potencial de engajamento numa causa de tamanho apelo, Lula surfa a boa onda de notícias. Mas tudo isso está longe da eleição. Certo é que, sob critérios da lógica política mais elementar, os agentes duplos na ultradireita estão no sufoco.