Até agora deu tudo errado para Bolsonaro e para a direita de modo geral. Desde o caso IOF, uma avassaladora sequência de notícias meteu o bolsonarismo na crise mais grave de sua existência. Não é por acaso que seus representantes estejam girando sem sair do lugar, batendo cabeça, na busca de “narrativa” que salve o colapso. Mas a realidade é que Lula e o campo progressista viraram o jogo. As primeiras pesquisas já atestam isso.
Numa cronologia aleatória, uma das últimas novidades foi mexer logo com o pix! O governo americano abriu uma guerra contra a forma de transferência de dinheiro criada pelo Banco Central. Caiu no gosto do país. Pois isso está sob ameaça de Trump, o aiatolá de Bolsonaro e de todas as gradações do reacionarismo. Como resolver tal enrascada?
Horas depois de o governo Trump anunciar uma investigação contra o Brasil, que além do pix alcança o comércio da rua 25 de março, a pirataria e o desmatamento, o Planalto reagiu pelas redes. No padrão piadista que o marketing adora, criou-se a peça que está na foto acima: “O pix é nosso, my friend”. Alguém pode contestar o slogan?
A reviravolta da maré que recalibrou lula e o governo começou com a onda “rico contra pobre” e Hugo Nem se Importa. Foi uma reação contra o Congresso que derrubou o decreto presidencial que aumentava alíquotas do IOF. Os ricaços escapando da tributação. Naquela guerra permanente de versões, prevaleceu o discurso da esquerda.
Nesta quarta-feira 16, o ministro do STF Alexandre de Moraes manteve o decreto do IOF, com exceção de um item. É uma tremenda vitória do Executivo. Cobrar dos mais ricos. Enquanto isso, bolsonaristas querem falar de anistia numa hora de tamanha bagaceira?! Nunca fez sentido, agora menos ainda, zero. É casuísmo confesso.
A Câmara e o Senado aprovam aumento do número de deputados federais, passando de 513 para 531. Um drible na obrigação de redistribuir as vagas após o Censo de 2022. 90 milhões de reais por ano. 72% dos brasileiros são contra, segundo o Datafolha. Lula acaba de vetar. O parlamento terá de assumir o desgaste de derrubar o veto.
Tarifaço do Trump, Bolsonaro e seguidores do lado inimigo. Prejuízo para empresas nacionais, governador de São Paulo vassalo do presidente americano. E, de volta ao começo para encerrar, ameaça explícita ao pix! Lula tem matéria-prima para avançar.