Em Alagoas, a política é selvagem, crua, imprevisível. Não é pra diletantes de grupo de whatsapp,, nem pra teóricos de feed arrumadinho. Aqui, quem acha que sabe de tudo já começou errando. E geralmente erra feio. A política alagoana tem seus códigos e seus silêncios. E é aí que mora a graça, ou o ridículo, do jogo. Especialmente quando os “especialistas de tela” entram em cena, como se fossem herdeiros diretos de Maquiavel com MBA em futurologia. A internet deu liberdade pra todo tipo de “analista”, e o resultado está aí: uma fauna política de comentaristas que se alimentam de bastidores de grupo de whatsapp plantam rumores como se fossem verdades, e no fim se confundem com o personagem que criaram. Uns erram por arrogância, outros por inocência disfarçada de convicção.
Alagoas não é para quem só lê manchete. É pra quem tem olho clínico, estômago forte e memória longa. A política daqui se escreve com códigos próprios, onde o que vale hoje pode ser completamente irrelevante amanhã. Mas quando 2026 chegar, e vai chegar com força, a fotografia muda. A pose de hoje vira lembrança borrada, e vai ter boi voando… E aí começam os clássicos: “fulano surpreendeu”, “beltrano articulou bem nos bastidores”, “a pesquisa não captou o sentimento da rua”. Não captou porque nunca foi sobre saber. Foi sobre parecer que sabia. E isso, em Alagoas, é o maior erro que alguém pode cometer: subestimar a política e superestimar o próprio achismo.
O jogo já começou. Os personagens estão se movendo. E, como sempre, quem fala demais antes da hora corre o risco de virar meme depois.