O presidente americano avança. Depois da manifestação verbal, o anúncio de 50% de tarifa sobre todos os produtos brasileiros comercializados por lá. Trágico para vários setores da economia, incluindo o agronegócio que reza para Bolsonaro. Bolsonaristas comemoram o tarifaço imposto pelo farol da direita. A loucura ideológica em estágio até pouco tempo impensável. Será que teremos um conflito terrestre?

Os súditos do ex-presidente escolhem uma comparação falaciosa para defender o ataque de Trump à soberania do Brasil. Olha lá o Lula com a Cristina Kirchner, numa fotografia para desafiar e “ofender” o governo argentino. Besteirada. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Lula faz um gesto político – e ninguém é obrigado a aplaudir.

Trump faz ameaças ao país, se mete no sistema judicial e recorre a questões políticas para chantagear uma nação soberana. É uma comédia a postura de extremistas de direita, supostos defensores do Estado mínimo, festejando tarifaço e retaliação – e tudo isso contra nossa própria economia. O fanatismo como régua de avaliação.

Como ocorre em relação a qualquer assunto, Trump pode fazer qualquer coisa daqui a pouco. O caso Elon Musk é esclarecedor dos métodos adotados pelo chefe da casa branca. Nada é uma coisa pra valer que não possa mudar em dois minutos. 

Assim como era um irmão eterno de Musk, e agora é inimigo mortal, Trump pode renegar tudo o que acaba de afirmar. Não fará isso como reação à obediência do governo brasileiro às suas exigências. Porque isso está fora de cogitação. 

No campo da política, a primeira impressão continua valendo: Trump dá a Lula uma causa popular. Fica difícil pra turma do “mito” explicar essa posição pouco edificante diante de interesses estrangeiros contra o Brasil. Vão se agachar mesmo, sem medo?

Parece tudo meio doido também. A essa altura, alguém já apareceu correndo ali na esquina, com um cartaz dizendo assim: “Tempos estranhos”. A ver as próximas postagens de Trump, e os efeitos na vida brasileira. Tem espaço para mais tumulto.