Ela veio a minha casa, em uma manhã molhada de chuva  e, entre braços, com abraços,   trouxe alguns mimos, dentre eles uma almofada africana.

Que delicadeza!

A almofada está no sofá amarelo da sala.

Nos conhecemos há mais de 20 anos.

Uma amizade de duas décadas, e, entre encontros e desencontros temos um acúmulo de caminhos e histórias.

Ela veio a minha casa, depois de um resguardo de sentimentos, pela partida  de Laurita, a matriarca da família Mourão, e me entregou a  boneca ‘Pretinha’ de volta.

A Pretinha foi um presente, desta ativista, para Laurita.

Entranhamos uma conversa cheia de assuntos, com  a firme  percepção , de que o  tempo é um exuberante tatuador de  mundos que se apequenam ou florescem, em saberes, sorrisos, lágrimas, experiências únicas e etc.

- Eu sei o quanto você lutou, como mulher negra, para chegar até aqui, Arísia.

Minha alma sorriu contente.

-Você precisa voltar a escrever livros, Arísia. Eu venho dizendo isso!- afirmou didática e conselheira (risos)

E em  manhã molhada de chuva, Patricia Mourão, minha amiga, me trouxe mimos de afetos.

A vida é feita de bons reencontros.

Obrigada, querida!