Renan Calheiros, Renan Filho, Arthur Lira, Alfredo Mendonça, JHC. Cinco nomes e três cadeiras – uma de governador e duas para o Senado. O número de aspirantes pode ser maior a depender de pontos de vista divergentes combinados a distintos critérios de avaliação. O tempo vai passando enquanto as negociações avançam e recuam de acordo com o sobe e desce no prestígio de cada um. Um panorama há muito desenhado.
Além dos atores citados, há ainda Davi Davino, Paulo Dantas e Ronaldo Lessa. Todos são potenciais candidatos a algum cargo. Nesse cenário, alguns estão mais decididos, e outros atirando a esmo. Tudo isso porque há acertos que vêm de longe e, ao menos em tese, deveriam ser replicados na corrida para 2026. Mas nada é assim tão elementar.
Por mais que haja malabarismos na tentativa de leituras originais, o fato é que a realidade política alagoana se move em duas frentes: o bloco de Renan Calheiros com o governo e o bunker de Arthur Lira com seus prefeitos e um aliado duvidoso, o prefeito JHC. Pode-se falar de tudo e alianças, mas nada prospera fora dessas duas órbitas.
Ou não? Como se fala desde que o mundo é mundo, eleição é voto na urna. Cravar vereditos muito antes da hora é o caminho para erros mortais. Muitos já caíram na armadilha de decidir escolhas a partir do que parecia firme como aço, mas era uma arquitetura de ilusão. Não se pode confundir diagnóstico com torcida.
Quando se fala das disputas para o governo e o Senado, as idas e vindas em torno dos mesmos nomes ocorrem desde os resultados das eleições de 2022. Um capítulo se abriu com o desfecho das urnas na parada municipal de 2024. Mas não o suficiente para acrescentar um nome novo (e de peso) para desarrumar o jogo no convescote da elite.
Não sei se fui claro. O noticiário sobre 2026 dá um estudo de caso nos campos das ciências políticas e das teorias da comunicação. Cada notinha, cada artigo e cada reportagem podem repisar o mesmo conteúdo que se vê nos dois últimos anos. Ao mesmo tempo, a entrevista, a imagem e o zap decretam a “incrível reviravolta” de tudo.
Qual a distância entre o que os atores fazem chegar ao grande público e a verdade verdadeira dos conchavos espúrios, rachas e acordos de gaveta? Jamais saberemos. A única aposta possível é a de que esse teatro seguirá no ritmo alucinante de sempre. Faz parte do negócio cozinhar informações e jogar o catadão no meio da bagaceira.