Noite de sexta-feira, mais um fim de semana para cair na balada em Maceió. Encontrar os amigos, tomar umas e outras e mostrar ao mundo o quanto você pode ser um admirável idiota. Para completar o roteiro, tudo fica melhor se o personagem em questão se define como “influenciador”. Este é o caso de um elemento chamado Moisés Nobre (foto). Há uma semana ele foi preso após atirar para o alto na praia da Jatiúca.
Segundo a imprensa, a figura tem milhares de seguidores e vídeos com milhões de acessos. Agora vejam que ironia: eu, você e a maioria dos alagoanos nunca ouvimos falar do “artista” – até sua performance de pistoleiro à beira-mar da capital alagoana. O noticiário reproduz a imagem do momento da prisão: ele está sem camisa, cambaleante.
Uma semana depois, o senhor Nobre reapareceu, agora em sua bolha do Instagram, falando para seus admiradores. É um desses tipos com jeito pateta e ideias compatíveis com uma cabeça oca. Na mensagem de retratação, sim, ele pede desculpas com ênfase, jura que se arrepende, mas acrescenta: “Quem nunca errou, que atire a primeira pedra”.
Em busca de informações sobre o currículo do jovem influencer, cheguei a um podcast de Arapiraca no YouTube. Entrevistado como celebridade, logo nos primeiros minutos temos dados valiosos sobre o rapaz. Ele fazia faculdade de Direito, mas largou o curso porque, segundo suas palavras, “nunca gostei desse negócio de estudar”.
Seu projeto de vida “é a curtição” e “muita resenha”, como explica no podcast. Como não tinha como bancar as aventuras baladeiras, Nobre conta sua estratégia para resolver o problema: sequestrou os cartões de crédito da mãe e rapinou até o último centavo o limite de compras. Como parei por aí, não sei de que outros feitos ele se orgulha.
Mas não quero crucificar Moisés Nobre – que está para ser pai, segundo ele também informa no vídeo em que pede desculpas. Boa sorte para o inocente que está a caminho. Tem gente que acredita que a paternidade torna qualquer sujeito um santo homem. A vida real, é claro, esmaga essa platitude sem pé, nem cabeça. (Ok, voei na digressão).
Na verdade, diante desse caso, constatei que Alagoas não dá muita sorte com seu time de influenciadores afamados nacionalmente. O maior de todos, Carlinhos Maia, é um boçal que imagina que o dinheiro compra tudo. Mas isso é com ele. Um tal Rico não sei das quantas meteu-se em negócios de jogatina e acabou virando caso de polícia.
Uma garota que “sensualiza” diante de carros de luxo também deve explicações à Justiça. Paulinha Ferreira e o marido Ygor Ferreira foram presos no ano passado durante a Operação Gamer Over, da Polícia Civil alagoana. O casal é acusado de participar de um esquema de estelionato e outros crimes a partir do tal jogo do tigrinho.
Outra potência no mundo dos influenciadores alagoanos é Kel Ferreti. Muito “engraçado” – todos eles têm essa qualidade –, o cidadão está preso pelo crime de estupro. Foi condenado a dez anos de cadeia. Antes, ele havia sido notícia nacional ao lado do sócio Igor Campioni (outro influencer) ao provocar o cancelamento de um voo da Latam.
Como se vê, o jovem Moisés Nobre – que é de Batalha, sertão de Alagoas – tem boas referências no segmento profissional. Naquele podcast, ele brinca com os boatos que já o apontam como um milionário. Ainda não, ressalta, mas, “com Deus no coração”, garante que vai chegar lá. É isso. Dinheiro, fama, aventuras e, claro, muita “resenha”.
E você, qual seu influencer favorito? Cuidado para não cair numa roubada.