Até o Mercado de Jaraguá virou motivo de briga na política alagoana. Que coisa! Pelo que entendi, o prédio pertence ao governo estadual, mas a gestão dos negócios ali está sob as ordens da prefeitura de Maceió. O contrato entre as partes está para se vencer. Na versão do governo, o município não demonstrou interesse em renovar a parceria. Por isso, a turma do Palácio dos Palmares anunciou a retomada do espaço.

Foi o bastante pra galera municipal reagir, negando que tenha desistido de gerir aquele centro de comilança. Segundo a prefeitura, foi o governo que não respondeu sobre proposta para renovar o acordo prestes a espirar. Na imprensa, as partes deram suas versões. Cada um tenta se mostrar como o dono da verdade. O bate-boca está na mesa.

Como não poderia deixar de ocorrer, o caso desencadeou troca de acusações na Câmara Municipal. Vereadores mais afobados correram aos microfones para “denunciar” isso e aquilo contra o Estado e a prefeitura. De lado a lado, exageros, distorção de fatos e um rasteiro oportunismo político. Um dos engraçadinhos já defende uma audiência pública.

Depois que o Estado anunciou a retomada do mercado, a prefeitura soltou nota e insinuou que a decisão vai prejudicar os trabalhadores do local. O que irritou o governo foi o tom alarmista do município. Davi Maia, presidente do Ideral, o órgão do Estado que deve passar a administrar o espaço, chamou a posição da prefeitura de “terrorismo”.

Aliás, fazendo justiça a Davi Maia, ele foi o único gestor que botou a cara, deu informações objetivas sobre o caso e se reuniu diretamente com os permissionários que atuam no mercado. Não há nenhuma hipótese de mexer com o pessoal que trabalha ali no serviço de refeições. Porque, no fim das contas, esse é o aspecto principal.

Como não dá para escapar da exploração política, vamos torcer para que isso não envenene o que tem de ser feito. Que os gestores cheguem logo a um acordo, sem presepada na vida dos batalhadores do Mercado de Jaraguá. No mundo ideal, governo e município deveriam ajustar os ponteiros e tocar um projeto em cooperação.

Fechando. Por falar nisso, por que a prefeitura de Maceió segue tratando com desprezo o Mercado de Artesanato, o Mercado da Produção e toda aquela área do Parque Rio Branco? Ali, no centro da cidade, a bagunça segue intocável já no segundo mandato do jovem João Henrique Caldas. Um descalabro a céu aberto. Bora resolver aquilo!