Quando conheci Aisha era quase um bebê e brincava, com outras crianças, no centro do círculo, enquanto sua mãe participava das ações promovidas pelo Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas.
Crianças controladas pelos olhos vigilantes das mães e outros adultos, mas, na maioria das vezes, o controle não funcionava muito bem..
O bebê Aisha chamava atenção pelos grandes olhos de uma beleza expressividade, parecendo olhos de jabuticabas.
Faz tempo que não via Aisha e, durante o I Encontro de Saberes e Resistência Periféricas, que aconteceu no sábado, 31 de maio, me deparei com uma menininha de 3 anos, carregando um sorriso ensaiado, bem espontâneo (risos).
E aí se deu o acontecido, no meio de uma conversa, a menina se encantou com o batom azul e sutilmente , perguntou se ele estava em minha bolsa. Afirmei ter esquecido, em casa ( uma mentirinha com propósito)
Ela não arredou pé, queria só um pouquinho de céu ( comparou o azul do batom).
Novamente disse-lhe que não tinha, porque vamos concordar que Aisha não está em idade para uso de maquiagem.
Durante um bom tempo, ficou arrodeando, com olhos pidões, mas fiz de conta que não a via.
Deu certo, foi se entreter com outras coisas.
E no sábado, lá na Cidade Sorriso, Benedito Bentes II, Aysha, 3 anos, pediu só um ‘pouquinho’, do batom azul desta ativista. Dei, não.
Ô, bichinha!