O deputado federal Marx Beltrão criticou nesta quarta-feira (28) o fato de o Ministério da Educação (MEC) não ter incluído a Medicina Veterinária na lista de cursos de graduação que não podem ser ofertados na modalidade da Educação à Distância (EAD). Na semana passada, o MEC estabeleceu novas regras para a oferta de cursos de ensino superior na modalidade de EAD no Brasil. As mudanças definiram que cinco graduações não poderão ser ofertadas via EAD, sendo obrigatoriamente presenciais: Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia.

“Formar médico por EAD não faz sentido. E formar médico veterinário, faz? A Medicina Veterinária exige prática, vivência, contato com a realidade. Não se aprende a salvar vidas por videoaula. Deixar a veterinária fora da proibição do EAD é um erro grave. É uma afronta à saúde pública, ao agronegócio e ao bem-estar animal. Veterinário se forma no campo, no hospital, no laboratório, e não na frente do computador. Entendo os avanços da Educação à Distância em todo o mundo, mas acredito e defendo que esta modalidade de ensino, de forma nenhuma, pode ser usada para formar médicos veterinários”, afirmou Marx.

Marx Beltrão, que já comandou o mais importante colegiado nacional sobre o tema – a Frente Nacional em Defesa dos Animais, colegiado que conta com mais de 200 parlamentares no Congresso Nacional entre deputados e senadores –, fez um pronunciamento no plenário da Câmara convidando seus pares para levarem ao ministro da Educação Camilo Santana o pleito de se incluir a graduação em Medicina Veterinária na relação de cursos ofertados somente de modo presencial, e não via EAD.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV-AL), a Sociedade de Medicina Veterinária de Alagoas (SOMVEAL), e a Academia de Medicina Veterinária de Alagoas (ACAMVET) também se posicionaram sobre o tema por meio de nota conjunta. O documento segue em tom crítico à decisão do MEC, alertando sobre os riscos inerente à formação não adequada de médicos veterinários via EAD.

“A Medicina Veterinária, por sua natureza intrínseca e complexidade, é uma ciência da saúde que exige uma formação acadêmica robusta, intensamente prática e presencial. A decisão de permitir a oferta de cursos de Medicina Veterinária na modalidade semipresencial ou a distância ignora completamente as particularidades e as demandas essenciais para a capacitação de profissionais aptos a atuar em áreas tão críticas para a sociedade brasileira.

É fundamental compreender que a Medicina Veterinária não é uma disciplina que pode ser aprendida predominantemente por meio de telas ou plataformas virtuais”, diz trecho da nota conjunta das entidades.