No Congresso Nacional, a turma faz o que pode para avançar com o projeto de anistia para golpistas. Faz também o que não pode, como a chantagem explícita do líder do PL, o pastor Sóstenes Cavalcante. Há o apelo às ruas, como as manifestações do Rio e de São Paulo. O próximo ato parece que será em Brasília. Do leito hospitalar, o homem exibe com desassombro as marcas da cirurgia. Pela via do grotesco, o recurso ao vitimismo.
A banca de advogados insiste na investida sobre as regras do julgamento – daí o recorrente pedido para trocar a Primeira Turma pelo pleno do STF. Os denunciados ainda falam em mudança de foro, na defesa de que tudo seja retomado na primeira instância. Adeptos do padrão Lava Jato reclamam agora de acusações “baseadas exclusivamente em delação premiada”. Por isso, pedem a nulidade da ação penal.
Agora mesmo, após deixar a UTI (mas ainda sem previsão de alta), Bolsonaro engatilhou um novo tema entre seus aliados e devotos. Ele pede que a bancada do PL toque um projeto para limitar a duração do inquérito policial a seis meses. Por que isso agora? Na antologia diversionista, a imagem de perseguido por investigações eternas.
Uma CPI do INSS para investigar o desvio bilionário de dinheiro público. Ou melhor, para desmontar “a roubalheira do PT em cima de velhinhos aposentados”. Se der tudo certo, o bolsonarismo emplaca, com mais força, o debate sobre a corrupção. Ao lado da segurança pública, é o que mais mobiliza o eleitorado e turbina a oposição.
Aí estão movimentos que circulam entre o direito e a política. O que tudo isso tem em comum? São frentes de batalha abertas por Bolsonaro e sua turma como estratégia para encarar a denúncia fatal do golpe de Estado. Fatal porque o desfecho é a cadeia.
As jogadas do principal réu fazem muito barulho, ganham as manchetes e provocam horas e quilômetros de “debates”. Pautam as TVs, as redes sociais, sites e YouTube. Mas resultado mesmo, do jeito que Bolsonaro espera, praticamente nada.
O julgamento no Supremo segue imune às tentativas de chicanas – jurídicas e políticas também. Por isso, hoje Bolsonaro está mais fraco, como jamais esteve desde que essa bagaceira começou. Seu grupo sabe que a condenação é inescapável.