Ela me contou horrorizada, que  uma  amiga "deu em cima" do marido dela e "conseguiu" ter um caso com o cabra casado.

Descontrolada, chorando copiosamente, xingou e desqualificou a outra mulher, com adjetivos vulgarmente usados. 

Esperei que a moça se acalmasse e perguntei:

-Já conversou com seu marido, querida? O que ele disse?

Ela, apaziguadora: -Disse-lhe umas verdades e me prometeu que não faria mais. 

E, afirmou: -Ele é homem, né, e  a gente conhece a natureza do homem quando uma mulher se "oferece". E a gente também sabe do que a mulher é capaz quando quer seduzir um  homem.

Olhei pra ela, bestinha, bestinha:- Então a culpa da ‘traição’ é só da fulana?

- Sim, ela o seduziu- afirmou a moça.

Me permiti sair do prumo :-Ôxe, mulher, os dois erraram, Ninguém é criança nessa situação. 

Ela anuviou o rosto, respirou fundo e me deixou falando sozinha.

Acho que perdi a amiga e alimentei mais uma certeza:- Muitas de nós continuamos  a educar os filhos meninos  para serem machos predadores, assediadores e reprodutores e, na busca  de manutenção o "status quo" ( o casamento como segurança de vida)  potencializamos os  homens-adultos-companheiros,    em  filhos que precisam ser protegidos da sedução do mundo.

Das mulheres, ditas ‘vadias’.

Contradições humanas!

Vale pra refletir.

Ou não?