A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) instaurou seis novos inquéritos para investigar a participação de seis pessoas acusadas de divulgar jogos online de azar ilegais nas redes sociais. Os investigados, residentes em Penedo, no interior do estado, têm entre 7 mil e 100 mil seguidores. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) pelo delegado Rômulo Andrade, da 7ª Delegacia Regional de Penedo.
Segundo o delegado, os suspeitos já vinham sendo monitorados antes da abertura dos inquéritos. "Diante do grau de nocividade que esses jogos online representam para a nossa sociedade, destruindo famílias, vidas e patrimônio, determinei uma grande ofensiva aqui na delegacia contra os divulgadores dessas plataformas, sejam influencers ou não. Apenas hoje, instauramos seis procedimentos para apurar as responsabilidades dessas pessoas, especialmente através do Instagram", afirmou Andrade.
Ele também relatou que muitas pessoas têm contraído empréstimos impagáveis com juros abusivos, que podem chegar a 40%, tornando o pagamento impossível. "Esse tipo de prática é totalmente ilegal e prejudica a população, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade financeira", destacou o delegado.
Rômulo Andrade fez um alerta à população de Penedo, pedindo para que denunciem tanto a divulgação dos jogos quanto casos de agiotagem. "Temos canais de denúncia na delegacia, como WhatsApp e Instagram. Se você se deparar com alguma página promovendo esses jogos ou se estiver sendo pressionado por agiotas, entre em contato conosco. Não é necessário esconder seu patrimônio, pois vamos tomar todas as providências para responsabilizar os envolvidos", afirmou.
Operações contra jogos ilegais em Alagoas
A PCAL tem intensificado suas ações contra a divulgação de jogos ilegais. Em janeiro de 2025, a Justiça bloqueou os bens de 12 pessoas, incluindo influenciadores alagoanos investigados na Operação Game Over 2, totalizando mais de R$ 15 milhões em valores relacionados à promoção dessas plataformas ilegais. Entre os investigados estavam Rico Melquiades, Babal Guimarães e Felipe de Souza Martins, que lideraram os bloqueios financeiros.
A investigação aponta que os influenciadores eram contratados para divulgar jogos ilegais, compartilhando links e promovendo vídeos nas redes sociais. Nessas postagens, simulavam apostas e ganhos elevados, utilizando contas de demonstração para enganar os seguidores e incentivá-los a investir dinheiro real.
Além disso, em junho de 2024, a primeira fase da Operação Game Over investigou os influenciadores Paulinha e Ygor Ferreira, envolvidos no esquema do “Jogo do Tigrinho”, que enganava seguidores ao simular ganhos rápidos com contas de demonstração, incentivando apostas sem revelar a fraude.