“É só mais um palhaço bolsonarista”. Foi um dos comentários que li sobre o vídeo do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Para bater no governo Lula, ele aparece comendo uma banana, com casca e tudo. A “explicação” é que se trata de uma forma de enfrentar a inflação dos alimentos. O troço é de uma patetice constrangedora. Zema já deu mostras de sua eclética ignorância – não acerta uma sobre qualquer coisa.

O mineiro é um dos governadores pela direita que tentam se viabilizar como candidatos a presidente. Como você sabe, ele briga na mesma faixa de Ratinho Junior (PR), Ronaldo Caiado (GO) e Tarcísio de Freitas (SP). Zema não tem a menor chance de sair como cabeça de chapa. Com muito esforço, pode ciscar como vice de algum nome do campo conservador, e olhe lá. Enquanto isso, com tenacidade, Zema emporcalha a biografia

O vídeo do governador das Minas Gerais revela que a turma da extrema direita segue o roteiro do antipetismo. Uma multidão nas legendas reacionárias acha que vender a imagem de anti-Lula é o caminho do sucesso. O problema é que isso já está bem batido. Para não ir muito longe, é a tática bolsonarista desde a eleição de 2018. Não tem lógica Zema se agarrar na velha jogada. Sua atuação por aí tem efeito zero de ganho político.

O principal nesse vídeo é a confirmação de fenômeno típico da revolução digital. A trilha virtual, com as redes sociais no comando, expõe o quanto homens públicos não passam de orgulhosos idiotas. Zema, velho bananeiro, é a cara dos novos tempos na política. 

Sem querer espalhar o pânico, todos os dias nossos representantes dão provas de que estamos perdidos. Na produção desenfreada de vídeos sobre qualquer inutilidade, o panorama se degrada dia a dia. Romeu Zema está à altura dessa degradação geral.