Só imagine, caro leitor ou leitora uma sua criança sendo convidada a ir a algum lugar, por um vizinho adolescente.

-Vamos ali tirar manga?

E a sua criança, com a inocência típica da idade, não sente o perigo rondando, segue feliz..

Em determinado lugar, o adolescente de 17 anos se transforma em um  selvagem e com a masculinidade social tóxica  macula o corpinho, ainda em formação da menina de 9 anos, que confiou nele.

Quem é mulher e mãe consegue ouvir os gritos, o choro da menina clamando por ajuda, chamando pela mãe.

E não parou por aí, fragilizada, desnorteada, a menina foi submetida a um novo estupro,agora por um homem adulto.

E suja, machucada, dilacerada pela incredulidade:- O que está acontecendo? O que fiz para merecer isso?

Mamãe, onde você está?

E no meio do desnorteio da dor e do choro de desespero, a menina foi obrigada a vestir a roupa, e depois foi morta a pauladas.

Morta a pauladas, entende?

A violência foi tão grande que não dá para entender, porque Anna teve que passar por esse martírio dantesco.

O assasinato de Anna não pode ficar restrito a notas fúnebres, lamentosas ou debates instagramáveis, que logo serão esquecidas.

O Poder Público,em Alagoas,  tem que investir, DE VERDADE, em políticas públicas reais e efetivas que salvaguardem a integridade da VIDA das crianças.

Afinal, não são elas a prioridade número um, segundo o ECA?

Pobre, periférica e preta, a violência,  estupros, seguido de  assassinato  da menina Anna Cecillya  não mobilizou/comoveu  o meio político, em Alagoas? 

Se fosse filha de alguém ‘importante’ social e economicamente, haveria esse silêncio imperioso?

Em Alagoas a morte de crianças, TAMBÉM, tem status.

É sobre isso!