A temporada de 2024 não foi das melhores para o PT alagoano. Depois de gastar o tempo na velha disputa entre os grupos distintos, a legenda fechou o calendário sob a suspeita de desvio de recursos partidários. As escolhas das lideranças não foram felizes, com demora e acenos imprecisos quando se exigia clareza, e não ambiguidade. Ao pensar no PT estadual, os primeiros nomes lembrados estão na praça há décadas.

Paulão, Judson Cabral, Heloísa Helena, Joaquim Brito, Thomaz Beltrão. Ainda são essas as grifes que pulam na tela após rápida pesquisa sobre a arqueologia do petismo entre nós. É um sinal do quanto as gerações iniciais não conheceram sucessores no projeto. Desde a redemocratização – a completar 40 anos em 2025 –, a saga petista em Alagoas não vislumbrou a glória. Na oposição, foi sempre melhor do que quando governista.

Foi assim nos tempos de Ronaldo Lessa – tanto na prefeitura quanto no governo do Estado. No PDT, a agremiação partidária criada por Leonel Brizola, Lessa viveu altos e baixezas com o parceiro das esquerdas. Em mais de uma ocasião, o então governador e o deputado Paulão chegaram a se estranhar em público, com bate-boca agressivo diante de câmeras e microfones. A cada eleição, vemos o mesmo impasse reeditado. 

Com a volta de Lula ao Planalto, a parada mudou. Mesmo que a sigla venha ladeira abaixo nas últimas eleições, a Presidência da República calibra a tropa com energia privilegiada. Ainda longe do ideal, algumas vitórias este ano já deram um alívio na decadência que parecia sem fim desde 2016. Fortalecer as bases após o triunfo de Lula é o desafio principal para os petistas. Nesse caso, a falange alagoense não ajuda muito. 

Nessas horas, o alvo da crítica recorre a comparações para amenizar seu lado. Realmente. Se a gente pensar na situação do PSDB, o PT pode servir de modelo de gestão. A escolha por Luiz Datena na eleição paulistana ainda terá de ser alvo de estudo de fôlego. Nunca os chefes de um grupo de guerra abusaram tanto do direito de errar.

Partido forte mesmo é o PL, do Waldemar da Costa Neto. Ou o sempre citado PSD, de Gilberto Kassab, essa alquimia eleitoral que a todos parece dar lições de sucesso. Uma fila de legendas tenta subir de patamar – coisas como União brasil e Republicanos. Mas os profissionais, o PT e o MDB incluídos, estão longe de sair do jogo.