Com Bolsonaro inelegível, quem será o candidato do bolsonarismo em 2026? No meio de tantas especulações, possibilidades e alguns delírios sobre o futuro da política brasileira, essa é A Pergunta a ser enfrentada. O impasse divide a direita em todas as suas variantes. O ex-presidente não admite sequer um debate sobre outro nome que não o dele próprio como candidato. Vai esticar a corda até o limite da Justiça Eleitoral.

Em algum momento, o capitão que tentou um golpe de Estado, segundo a Polícia Federal, terá de apontar aquele que vai substituí-lo na urna. Como se sabe, no cenário de hoje, os primeiros nomes no páreo são Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Junior e Eduardo Leite. Quatro governadores e um projeto. Os quatro pretendem ser vistos como herdeiros do eleitorado em tese fiel ao “mito” ameaçado de prisão.  

Com a máquina do maior estado do país, Tarcísio larga na frente nessa prévia entre os conservadores e, de novo, suas variantes. Os gestores de Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul vão precisar de algo extraordinário para falar ao Brasil. Hoje, são apenas lideranças regionais, o que inclui o governador de São Paulo. Quase esquecia o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. É outro ilustre desconhecido no imenso Brasil.

Em situações com alguma lógica, um nome para manter a direita unida levará em conta uma série de fatores, como potencial de votos e capacidade para alianças. Coisas básicas. Mas Jair Messias é aquele que todos conhecemos. Banido da eleição, forçado a escolher o candidato de seu grupo, aposte: será Flávio ou Eduardo. Filhos do homem. 

A cogitação não é novidade. Em mais de uma ocasião, aliados reconheceram a alternativa familiar para o lugar do inelegível. Colunistas na imprensa também já avaliaram caminhos que podem viabilizar essa aposta dos patriotas. Melhor solução para Bolsonaro não existe. Em caso de êxito, o chefe do clã estaria reeleito por via indireta.

Enquanto isso, nas páginas e esquinas do lulismo, há impasses, dúvidas e ataques entre velhos companheiros. Lula é acusado de tocar um governo que “põe em prática o projeto do neoliberalismo”. Nenhuma briga, no entanto, pode produzir uma ameaça à liderança do presidente. É o candidato à reeleição mais candidato de todos os tempos.

Ainda sobre o sucessor de Bolsonaro na direita. Para falar sério de eventuais candidaturas, temos de falar de Michele, a ex-primeira-dama. Pesquisas mostram que ela pode crescer na briga. Barreira dentro de casa: o marido não engole o protagonismo de Sua Senhora. Para efeito de análise, não muda nada. O candidato será da família.