Mais uma vez o Sete de Setembro será alvo de assédio moral por parte de Bolsonaro e sua seita. É quase uma tradição dos últimos anos no país tomado de assalto pelo golpismo da extrema direita. Desta vez, a manifestação está marcada para São Paulo. Mequetrefes como Silas Malafaia, Ciro Nogueira e Rogério Marinho convocam bolsonaristas para um ato cujo objetivo é atacar o ministro do STF Alexandre de Moraes.
O pretexto dos golpistas incuráveis é protestar contra as decisões do ministro que decidiu banir o X do mundo virtual no Brasil. Segundo os patriotas, Moraes estaria cometendo crime contra a liberdade de expressão. Como se sabe, Elon Musk, o vagabundo bilionário que pretende governar o planeta, descumpriu decisões do Supremo sobre publicações criminosas na rede social. Age como se estivesse acima das leis.
A delinquência prevista para este sábado atravessou todo o governo Bolsonaro e continua com o inelegível esperneando para mostrar alguma relevância em sua atuação no jogo político. Ao longo de quatro anos de desgoverno, o feriado da independência foi usado para pregação golpista, com ataques às instituições e exaltação à ditadura militar instalada em 1964. O tempo passa, e os bandidos seguem na mesma.
Além da pauta contra Moraes, o ato em São Paulo tem ligação direta com a eleição para prefeito da maior cidade do país. A expectativa geral é sobre a participação dos bolsonaristas Ricardo Nunes e Pablo Marçal, candidatos na disputa que tem Guilherme Boulos como principal adversário da dupla. O prefeito está sob pressão para comparecer, mas teme ser alvo dos fiéis seguidores do “mito”. Os reacionários estão divididos.
A corrida em São Paulo rachou a ultradireita. Oficialmente, Bolsonaro apoia o prefeito Nunes, mas o coach picareta Marçal bagunçou o coreto no epicentro do esgoto. O arrivista põe em xeque a suposta liderança de Bolsonaro sobre a ala direitista do eleitorado. Mesmo apanhando dos filhos do ex-presidente, Marçal pesca os votos do bolsonarismo, minando as chances de Nunes, o nome aprovado pelo capitão.
Nesta sexta-feira, Bolsonaro voltou a fantasiar com a lorota de que é um político antissistema e atacou Alexandre de Moraes, chamando-o de “ditador”. Lembro que a pregação por intervenção militar com o “mito” presidente era slogan das manifestações golpistas que a ultradireita patrocinou pelo país nos últimos anos. A festa pela Independência nada tem a ver com isso, mas o 7 de Setembro será aviltado outra vez.