Ela conquistou seis vezes o título de melhor jogadora de futebol do mundo. É um dos maiores nomes do esporte mundial de todos os tempos. Marta Vieira da Silva já viveu de tudo nos gramados do Brasil e do exterior. Natural de Dois Riachos, no sertão alagoano, deu os primeiros toques na bola no CSA como jogadora da categoria juvenil. Aos 14 anos de idade já estava no time profissional do Vasco da Gama. E não parou mais.
Em 2002 foi convocada pela primeira vez para vestir a camisa da seleção brasileira. A partir de 2004, Marta começou a jornada internacional ao se transferir para um clube da Suécia. Ao longo de duas décadas, virou a supercraque que todos conhecem, juntando títulos e troféus como a número um do planeta. O destaque em campo fez da alagoana uma referência também na vida pública. Sua influência ultrapassa fronteiras.
A trajetória vitoriosa nos clubes é incontestável, mas a frustração bateu à porta em algumas ocasiões nas competições pela seleção nacional. Com ela, o time brasileiro foi duas vezes medalha de ouro nos Jogos Panamericanos. Em Copas do mundo, chegamos à final da edição realizada na China, mas a Alemanha levou o título nos pênaltis. Em outras edições, Marta e companheiras foram eliminadas antes da grande final.
A busca pela medalha de ouro em Olimpíadas também rendeu fracassos à rainha do futebol. A seleção bateu na trave duas vezes, ficando com a medalha de prata nos Jogos de Atenas, em 2004, e nos Jogos de Pequim, em 2008. Agora, aos 38 anos, longe do auge de sua carreira, mas ainda um talento capaz de desequilibrar uma partida, Marta vive um drama inédito, coisa para o universo mágico de Nelson Rodrigues.
Após desempenho ruim na fase de grupos, o Brasil passou para a etapa eliminatória com a ajuda de resultados de outras seleções. Mas a alagoana levou um cartão vermelho e tomou dois jogos de suspensão. E foi sem a presença de Marta em campo que a seleção avançou para a semifinal após bater a França – que, vamos lembrar, jogava em casa.
A camisa 10 assistiu ao jogo das “arquibancadas” e sua imagem apareceu várias vezes durante a transmissão. Estava, claro, roendo as unhas literalmente. Agora, na terça-feira, dia 6, o Brasil pega a Espanha, atual campeã do mundo, para tentar uma vaga na final e brigar pelo ouro. É mais uma parada duríssima. E Marta estará fora de novo.
Se o Brasil não passar na semifinal, a última imagem da alagoana com a camisa da seleção será a do momento de sua expulsão da partida que fechou a fase de grupos. Detalhe: o adversário naquele jogo foi justamente a seleção espanhola, que bateu nosso time por 2 x 0. Se Marta voltar, portanto, será na final, em busca do ouro que nunca veio.
Na reta final da carreira, o inesperado na vida de uma grande mulher brasileira. Tem jogo.