Ato de Bolsonaro no Rio foi um fiasco

22/04/2024 13:40 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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A manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro, neste domingo, foi um fracasso. Segundo o portal Poder 360, que usou drones para fazer a contagem, o público ficou entre 40 mil e 45 mil pessoas. Para o Monitor do Debate Político Digital, da USP, o número foi ainda menor, na casa de 32 mil participantes. No ato anterior, em São Paulo, também segundo a USP, os patriotas somaram 187 mil. Já não foi o que a seita esperava. A coisa piorou.

No palanque carioca, o valente, que com a faixa no peito chamava Alexandre de Moraes de canalha, não citou o nome do ministro. Também não chegou nem perto de triscar na sigla STF. Não é um dado irrelevante. É sinal de sua impotência. Nos tempos em que se sentia à vontade para suas aberrações, disse várias vezes que descumpriria ordens do Supremo. “Acabou, porra!”, berrava o miliciano, para delírio da seita que o venera.    

No palanque de Copacabana, sobrou como palavra de ordem o miado de um golpista a caminho da cadeia: “Uma salva de palmas para Elon Musk”, pediu o sujeito, numa das falas mais patéticas na história política do país. Parece um personagem numa comédia de quinta categoria. No auge do poder, dizia que só deixaria a presidência quando estivesse morto. A cada estação, uma falácia para ajustar o que não tem conserto.

Sem coragem de bater em quem gostaria, Bolsonaro terceiriza os ataques ao STF. A tarefa fica a cargo do mercenário Silas Malafaia, o dublê de religioso que usa a palavra de Deus para cometer seus delitos retóricos. Mas a estridência do pastor fake serve apenas para alimentar a irrecuperável alma de convertidos. Aliás, mais uma vez vimos aquelas imagens de equivocados, com mãos erguidas, num diálogo com o além.

Para quem se acostumou a mobilizar centenas de milhares de pessoas nos atos golpistas, o fiasco do Rio é um baque e tanto. Só a tropa militante da extrema direita chama de sucesso o que foi o oposto. Parte da imprensa dá uma relevância descabida ao diversionismo com o oligarca digital do X. Como se viu no discurso de Bolsonaro, ele se agarra a essa boia como um náufrago sem alternativas. Que a Justiça venha logo. 

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