As pesquisas feitas tendo como base o ato bolsonarista do último domingo mostram dados importantes para a compreensão do momento político vivido no Brasil.
Primeiramente, é preciso entender e aceitar que o país ainda está bem dividido, e as forças progressistas precisam investir num público mais amplo, abrangendo o centro civilizado.
E ele existe.
Quanto ao eleitorado mais fiel ao ex-presidente, por mais difícil que seja, é preciso entendê-lo historicamente e conjunturalmente.
O Brasil guarda uma tradição autoritária e ainda não se livrou da herança escravagista. Lembrando que a pesquisa da USP, divulgada ontem, mostrou que 65% dos presentes ao ato se declararam bancos – isso num país de maioria negra/parda.
A destacar: a união da elite econômica com setores mais populares, que se atraem, no caso do bolsonarismo, por motivos e interesses diferentes e que vão muito além da política.
É preciso entendê-los para, aí sim, investir onde for possível, isolando o fanatismo e a semente da violência que gerou o 8 de janeiro.