Conheci o (ainda) vereador Kelmann Vieira em outubro de 2011. Ele foi um dos delegados designados pelo então diretor-geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco, para investigar o assassinato covarde do vereador Luiz Ferreira, de Anadia.

Um crime de mando político e um dos raros nessa categoria a ter pistoleiros e mandantes apontados pela polícia.

Como muita paciência, ele me explicou a trama que levou ao homicídio torpe, e eu pude dizer ao Barenco (hoje procurador-geral do Tribunal de Contas de Minas Gerais) que o delegado havia me impressionado bastante pela clareza e uso da tecnologia no seu trabalho. 

O delegado-geral afirmou que ele seria, rapidamente, um dos melhores quadros da PC Alagoas.

Mas veio o tempo operando ao seu modo: no ano seguinte ele se candidatou e se elegeu vereador. 

Motivações pessoais ou familiares?  `

Pouco importava: Vieira deixava a profissão para a qual demonstrava talento, trocando-a por outra, onde já está há doze anos.

Leio no Blog do Vilar colega que ele não disputará uma nova eleição para a Câmara Municipal de Maceió e, provavelmente, abandonará a atividade política.

Esta pode ser, sim, uma boa notícia para a Polícia Civil alagoana, desde que Kelmann Vieira esteja disposto a retomar sua atividade como delegado e dedicar sua inteligência à elucidação de os crimes mais intrincados, notadamente os de motivação política - o que não parece ser a vocação da instituição que ele ainda integra.

Mãos à obra. 

Em tempo

A ex-prefeita Sânia Tereza, de Anadia, apontada como uma das mandantes do crime não foi a julgamento.

O que deixa claro que o problema não é apenas da alçada policial, nos casos dos crimes políticos.