Foi num debate com o senador Calheiros, ontem, que o presidente da CPI da Braskem, senador Omar Aziz (PSD-AM), deu um recado duríssimo para os alagoanos - via o emedebista - o sobre o trabalho da comissão.
Ao responder à acusação da Calheiros, ao estilo, de que “estão querendo domesticar a CPI”, ele foi enfático:
“Ninguém domestica o senador Omar Aziz.”
E aí veio o principal. O presidente da comissão garantiu que não quer investigar apenas o que se vê hoje, o afundamento de cinco bairros de Maceió, mas também todos aqueles que contribuíram com o desastre, por ação ou omissão.
Disse Aziz:
“Vou provar a Vossa Excelência que independente da sua participação na CPI, o compromisso que estamos assumindo aqui hoje é levantar todos os cadáveres, pra ter chegado nessa situação, porque isso não chegou aqui do dia para a noite. Não aconteceu do dia pra noite. E nós vamos levantar, e sem amarras.”
“Peço aos membros dessa comissão que façam as convocações necessárias, façam um levantamento desde quando começou a ser explorado (o sal-gema), quem foi o primeiro a explorar, quero o CPF e o CNJP de todo mundo, porque não começou de hoje.”
O que sabe o senador Omar Aziz?
Por exemplo: que o senador Calheiros foi presidente da Salgema, que o ministro Renan Filho foi governador de Alagoas por oito anos, e nunca determinou nenhuma ação para investigar os males que estavam – e o resultado está aí – sendo construídos pela exploração do sal-gema.
Detalhe: vários estudos já apontavam para os riscos do desastre.
O que não vai faltar é CPF de prováveis corresponsáveis pela tragédia provocada pela Braskem. Não só destes, mas também destes.
Creio, e já adianto, que o “espírito de corpo” prevalecerá, e não apenas os Calheiros serão preservados. Há muito mais em jogo.
Mas o senador Aziz está prenhe de razão ao dizer que sozinha a Braskem não teria feito o que fez.