É claro que o senador tem comprovada resiliência, e, mais do que isso, capacidade de se reinventar.
Basta lembrar o episódio da Mendes Júnior, em que, em meio a um escândalo nacional, ele foi obrigado a renunciar à presidência do Senado.
Muitos deram aquele episódio como a pá de cal na sua carreira política em Brasília.
Não foi: ele voltou, com a ajuda de Sarney, à presidência da Casa que ele tem como sua verdadeira morada.
Isso pode voltar a acontecer?
Não duvido, conhecendo um pouco da história de Brasília e do personagem.
O momento, porém, apresenta um Calheiros bem menor do que poderia imaginar quando da eleição de Lula, em 2022. Virou integrante do baixo clero.
O presidente, e essa é a realidade, necessita de apoiares que agreguem, o que não é o caso do senador emedebista, sempre metido em alguma briga política, que ele carrega para o plano pessoal.
A escolha do senador Rogério Carvalho, do PT, para relator da CPI da Braskem soa como um recado a Calheiros: ele pode mandar muito por aqui, mas no Planalto Central a voz de comando é outra.
Detalhe: a fala do senador Aziz, presidente da CPI, foi um recado duro e claro para o emedebista: ele pode passar de caçador a caça.