“Por menos macho escroto”: ex-secretária acusa PCdoB-AL de usar mulheres só para cumprir cota

24/11/2023 15:47 - Vanessa Alencar
Por Vanessa Alencar
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Poucos dias antes da exoneração da secretária de Estado do Esporte, Angela Stemler – substituída por Lydia Pollyana – a ex-secretária da pasta, Claudia Petuba, usou as redes sociais para criticar publicamente a postura do PCdoB em Alagoas, pelo que classificou de “reais e vergonhosos motivos” da exoneração.

Ex-presidente estadual da sigla e filiada ao partido responsável pelas indicações na pasta, Claudia eximiu o Governo do Estado do problema e disse que o  PCdoB, “que tem histórico de luta pela emancipação das mulheres e promover militantes empoderadas”, agora deu pra querer mulher que só diga "sim senhor", que empreste o CPF pra cumprir cota e não reclame de nada, não questione nada e feche os olhos ao mal feito, mulher de "faz de conta". 

“Mulheres que se submetem a isso fazem um desserviço às outras mulheres, fica inclusive uma crítica ao preenchimento de cota pela cota: a oportunidade é para o crescimento das mulheres e não promover uma nova forma de submissão aos homens que por trás operam tudo! Ângela, sabemos que não se trata de competência, minha solidariedade!”, escreveu na primeira postagem, publicada no Instagram.

 

 

Na publicação seguinte, Claudia Petuba divulgou uma foto dela ao lado do então presidente do partido, Eduardo Bomfim, durante a Conferência do PCdoB-AL em 2014, quando ela deixou o cargo de vice-presidente da sigla e foi eleita presidente estadual, aos 24 anos. 

Segundo a ex-secretária estadual, Bomfim “fez tudo o que podia para promover sua formação, pensamento crítico e empoderamento”. “Ele poderia ter atuado para me formar e manter debaixo da sua asa, mas atuou para me fazer voar”.

Elogiando outros colegas de partido com os quais conviveu, Claudia explicou que em 2021 deixou a direção do PCdoB-AL, por causa dos estudos, e não aceitou deixar seu nome “para não chancelar condutas que já se desenhavam: uma direção que estimula as construções na paralela, ao invés do debate de ideias nas instâncias oficiais; que estimula o cada um por si, atuando pelas suas ambições pessoais ao invés das coletivas; que esquece do tripé (luta de ideias, movimentos populares e atuação institucional) para se preocupar apenas com voto do tipo custe o que custar".

“Sigo filiada, militante em período sabático, que ainda acredita nesse partido, mas profundamente decepcionada. Por mais homens íntegros e menos "macho escroto", por mulheres que orgulhem as outras mulheres”, finalizou. 

 

 

 

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