Para espanto de ninguém, trama confirma o delírio golpista de Bolsonaro

03/02/2023 14:15 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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O presidente da República, no pleno exercício de seus poderes, “com a caneta na mão”, se reúne com um deputado e um senador para combinar um plano secreto. Segundo uma das partes, o objetivo da trama seria “salvar o Brasil”. Para alcançar esse patriótico objetivo, o ministro do STF Alexandre de Moraes seria gravado clandestinamente por um dos participantes daquela conspirata.

Deu no que deu, como o leitor já sabe. O senador Marcos do Val, da extrema direita que se assanhou como nunca a partir das eleições de 2018, contou tudo para a imprensa. A Veja revelou a história primeiro, com detalhes exclusivos. Depois, a notícia-bomba ganhou todas as manchetes – como se dizia no jornalismo de antigamente.

O senador foi convidado a participar da presepada criminosa por ter uma boa relação com Alexandre de Moraes – o alvo da armadilha. Era dezembro do ano passado. Pelo combinado, o parlamentar gravaria uma conversa com o “amigo” na tentativa de fazê-lo confessar alguma ação “fora das quatro linhas da Constituição” em seu trabalho como presidente do TSE. 

Se desse tudo certo, na cabeça doente de Bolsonaro, o ministro seria preso, as eleições seriam anuladas, Lula não tomaria posse e o marginal seguiria como presidente. Um golpe contra a democracia a ser consumado segundo os manuais de hoje, muito diferente do jeito clássico que o país conheceu em 1964. 

A ideia da coisa toda, claro, foi do próprio Jair Bolsonaro, o delinquente que delirou até o último segundo do mandato com uma ruptura para permanecer no poder. A ridícula e perigosa tramoia deu errado, e o covardão, ídolo dos rapazes da “nova política”, saiu feito um rato, pela porta dos fundos. Está entocado na Flórida, com vadiagem bancada por acólitos, tipos da sua laia.

O terceiro participante da reunião que definiu a estratégia do golpismo à moda bolsonarista foi o então deputado Daniel Silveira. É aquele bandido que quebrou a placa em homenagem a Marielle Franco, assassinada em março de 2018. Ele está preso, mais uma vez, enrolado no inquérito que investiga atos antidemocráticos e ameaças de morte a ministros do Supremo.

Tudo seria muito espantoso, não fossem esses os personagens envolvidos. De Bolsonaro e sua gang não se pode esperar nada além disso daí. Como disse o ministro Gilmar Mendes, por quatro anos o Brasil foi governado por uma “gente do porão”. Do porão e do esgoto, acrescento aqui.

O que ainda descobriremos sobre o mandato do capitão-porcaria que defende a tortura e idolatra torturadores? Tenho certeza que muito mais vem por aí. Afora isso, pelo que já se sabe, é preciso aprofundar as investigações e punir exemplarmente essa gentalha, especialista em corrupção, milícia e golpismo. 

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