Malas de dinheiro na campanha eleitoral

01/10/2022 18:36 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Malas de dinheiro. Eis um clássico em campanhas eleitorais de Alagoas. Dinheiro em espécie de um lado para outro sempre foi notícia em praticamente cem por cento de todas as disputas pelo voto do eleitorado. E não é a primeira vez, claro, que vemos algo como o que se passa agora com o deputado estadual Marcelo Victor (MDB), presidente da Assembleia Legislativa. 

Segundo a Folha de S. Paulo, o parlamentar estava num hotel, durante esta sexta-feira 30, na companhia de um assessor que é policial militar. A dupla estaria com uma mala recheada com 145 mil reais e material de campanha. Ainda segundo a reportagem, a grana seria usada na compra de votos.

O assessor e PM teria reagido à abordagem da Polícia Federal, que foi ao local após receber uma denúncia anônima. O policial saiu correndo com a mala e chegou a sacar uma arma, mas, ainda bem, não puxou o gatilho.  

Neste sábado, Marcelo Victor foi às redes sociais para se “explicar”. Embora não tenha dado informações à PF, no vídeo em que gravou para seus seguidores, ele aparece com cara de indignado e acusa o ex-secretário de Segurança Alfredo Gaspar de Mendonça de envolvimento com o caso.

Victor reclama do boato de que teria sido preso e atribui essa informação falsa ao candidato a deputado federal pelo União Brasil. Mendonça reagiu também pelas redes sociais. Os dois trocaram elogios do tipo “vagabundo”, “mentiroso”, “lambe-botas”.

No começo da tarde, em nota distribuída à imprensa, o presidente da Assembleia volta sua artilharia contra o deputado federal Arthur Lira, presidente da Câmara, a quem aponta como mentor de uma “armação policialesca”. No texto, ele chama Lira de “chefe do orçamento secreto”.

No fim das contas, a coisa toda ainda está cheia de mistério. Ninguém sabe o que de fato teria ocorrido com o deputado. Em sua nota, ele também afirma que estava no hotel para um inocente almoço, com cardápio da típica e elogiada culinária alagoana, sem qualquer apetite para crime eleitoral.

Um inquérito deve ser instaurado pela PF para esclarecer os fatos. Mas aposto que não dará em nada, do mesmo modo que ocorreu milhares de vezes em eleições anteriores. Uma pena. Depois que passa a campanha ninguém mais fala do assunto – inclusive as autoridades que deveriam apurar a fundo a verdade verdadeira.

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