O destino de Bolsonaro em caso de derrota: recolhimento, fuga ou cadeia

27/09/2022 16:49 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Nunca antes na história desse roçado houve uma dúvida igual a de hoje: o que o presidente da República pode aprontar em caso de derrota nas urnas? É o que todo mundo, aqui dentro e mundo afora, está especulando diante da postura do capitão Bolsonaro, aquele que ameaça não aceitar o resultado da eleição. As últimas pesquisas indicam a chance de Lula liquidar o jogo já em primeiro turno, na votação marcada para o próximo domingo, 2 de outubro.

O cara ainda nem perdeu, mas já avisa que é um legítimo representante da categoria dos maus perdedores. Ou ganha ou ganha. Mesmo que seja no grito. No caso de Bolsonaro, no golpe. Mas como o sujeito daria um golpe? Não tem como. Não há mais espaço para isso no Brasil. Não agora, não no atual contexto, nem no atual momento histórico.

A grande imprensa, ao contrário de 1964, jamais se tornaria cúmplice do atual ocupante do Planalto. O empresariado – embora o meio esteja recheado de figuras repugnantes, golpistas incuráveis – tem cacife zero para bancar uma aventura de tal natureza. Tem muita gritaria, mas condições para romper com as regras do jogo, isso não.

O que se fala nos quatro cantos da aquarela brasileira é que teremos aqui, em caso de derrota de Bolsonaro, uma reedição do que se passou nos Estados Unidos com Donald Trump. Uma reedição farsesca, naturalmente. Ou seja, o que por lá já foi um espetáculo inaceitável, aqui ficaria entre a irrelevância e o circense.

Assustado com o fiasco dobrando a esquina, o próprio presidente já deixou escapar seu destino: disse que, derrotado, iria se “recolher”. Mas isso é delicado demais para o padrão Bolsonaro. 

Nesta segunda ele mudou o tom, mais de acordo sua cabeça de tiranete. Em entrevista à TV Record, sua aliada de todas as horas, insinuou que pode não aceitar a derrota. Disse que vai “esperar” a contagem para então saber se acata ou não o veredito das urnas. Jesus de Belém...

Fato é que a turma do governo teme pelo pior. Diante do conjunto da obra, pelos crimes que praticou no exercício do terrível mandato, o sujeito tem tudo para passar uma temporada engaiolado, na cadeia, no xadrez. E é justamente por causa dessa ameaça real que muito se fala sobre uma eventual fuga para o exterior.

Que as instituições cumpram seu papel plenamente. O destino de Bolsonaro não tem importância para ninguém, a não ser para sua patota miliciana. O que importa mesmo – e é o que haverá – é a posse do presidente eleito. Dentro da normalidade, dentro da Constituição, de boa. A hora tá chegando.

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