Começa a campanha mais disputada das últimas décadas em Alagoas

15/08/2022 18:40 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Os candidatos estão por aí faz tempo, mas, oficialmente, a campanha começa apenas nesta terça-feira, 16 de agosto. É a partir de agora que veremos caminhadas, comícios, abraços, apertos de mão, distribuição de panfletos e tudo o mais que a legislação eleitoral permite a todos que pretendem pescar o seu e o meu voto. Aqui em Alagoas teremos a disputa mais acirrada desde que voltaram as eleições diretas para governador, lá se vão quatro décadas. Ou estou exagerando? Acho que não.

Segundo o CADA MINUTO, seis candidaturas ao governo estadual foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral. Quatro chapas trazem nomes bem afamados na política alagoana, embora cada uma bem diferente das outras. Fernando Collor (PTB), Paulo Dantas (MDB), Rodrigo Cunha (União Brasil) e Rui Palmeira (PSD) formam o quarteto com mais calibragem e estrada em termos de trajetória política.

Os outros dois nomes na corrida são Luciano Almeida (PRTB) e Cícero Albuquerque (PSOL-REDE). Pode chamá-los de azarões. Nunca antes na história deste estado tivemos, na largada de uma campanha, um conjunto de candidatos com a envergadura dos quatro primeiros listados no parágrafo anterior. Estou falando em termos de força política e trajetória, sem julgamento de qualidade, é claro.

Como se sabe, Collor e Dantas jogam tudo na parceria com as candidaturas presidenciais. O senador e ex-presidente cola sua imagem à de Bolsonaro, numa adesão que se mostra incondicional. Em todos os adesivos de carros com a propaganda de Collor, Bolsonaro está ao lado do candidato. Essa parece ser de fato a maior aposta do senador petebista.

Com o apoio do senador Renan Calheiros, Paulo Dantas é o palanque local para Luiz Inácio Lula da Silva. Líder nas pesquisas até agora, Lula é um aliado de peso com influência inegável. É verdade que, nesse caso, Dantas também conta com o legado do governo de Renan Filho. Com o apoio da máquina, vai usar as realizações do antecessor em benefício de sua jornada. Tem o que apresentar, reconheça-se. Se isso vai se transformar em voto, aí são outros quinhentos.

O também senador Rodrigo Cunha conseguiu fechar finalmente a aliança com o deputado federal Arthur Lira e com João Henrique Caldas – o festivo e instagramável JHC, prefeito de Maceió. Presidente da Câmara, Lira, como se sabe, é outro que abraçou Bolsonaro de maneira quase passional. É daquelas alianças em que somente os protagonistas sabem, pra valer, o que está combinado. Nem vou especular agora. 

Ex-prefeito da capital, Rui Palmeira se juntou a Antônio Albuquerque, em outro desses arranjos tipicamente de ocasião. É uma parada complicada para o ainda jovem herdeiro de tradicional família da política alagoana. Não me parece que o jeitão do cacique do Agreste combine com a cabeça mais arejada de Rui. Mas coisas assim, bem esquisitas, fazem parte do jogo, como reza uma antiga lenda urbana.

Pesquisa sobre a eleição alagoana, publicada aqui no CM no mês de julho, já indicou que a corrida estaria embolada. Faz sentido. Embora não tenha informações privilegiadas de nenhum oráculo, tenho a impressão que deve seguir assim nos próximos levantamentos. Para resumir, reafirmando o chute, começa a campanha mais acirrada que Alagoas já teve nessas últimas quatro décadas. Por aí.

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