Rodrigo Cunha levou um choque de realidade – e agora?
Quem mais perdeu com as convenções partidárias – o que pelo menos se sabe antes de 15 de agosto - foi o senador Rodrigo Cunha, o que pode ser constatado matematicamente (basta a aritmética) .
O PDT foi o primeiro a deixar o barco do senador, numa articulação vitoriosa de Renan Calheiros, que demonstrou sua destreza profissional, que ainda não encontrou parelha por aqui.
Na sequência, o PSB de JHC, amigo de infância do senador, também escapou da coligação de Cunha, apesar de o prefeito de Maceió ainda dizer que vai continuar apoiando o candidato do União Brasil ao Palácio República dos Palmares.
É importante alertar: Cunha ainda respira e pode tentar sobreviver a esse momento de perdas sem ganhos e ressurgir mais adiante.
Não é fácil, até porque terá de provar que é ele o candidato a governador, para além de alianças e aliados.
Pode até parecer o mesmo desafio enfrentado por Paulo Dantas, cuja imagem é de um ocupante aleatório e desimportante da cadeira que foi de Renan Filho.
Só que Dantas tem a máquina palaciana e vem conseguindo escapar dos ataques inimigos, com a blindagem da sua comunicação eficiente/ ubíqua e com as ações de Calheiros - e esse não é um julgamento moral.
Cunha tem uma candidata a vice com características cada vez mais raras na política local. Jó Pereira tem uma interlocução aberta com representantes dos vários segmentos ativos da sociedade alagoana. Vem de redutos eleitorais, é verdade, mas conseguiu romper essa barreira com um trabalho que lhe rendeu prestígio e respeito, condições cada vez mais escassas entre os políticos locais.
Só que ela não é a candidata à principal cadeira do Palácio República dos Palmares.
E ainda: o mais reluzente aliado de Cunha, Arthur Lira, tem roubado a cena. Numa somatória plausível, ele tanto dá quanto tira votos (?) do candidato ao governo.
De novo: o senador tem de mostrar e provar que o candidato ao governo é ele, e não o presidente da Câmara Federal.
Fato concreto: o choque de realidade foi dado, e só uma atuação corajosa e consequente de Rodrigo Cunha na campanha que se avizinha pode reverter, não se sabe em que grau, este mau momento da sua candidatura.
É uma tarefa árdua e intransferível, uma travessia nada fácil, mas que ainda parece possível.
Ou é isso agora ou será a irrelevância política em um futuro breve.
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