Até a ONU confirma que Sergio Moro é parcial – e Lula foi alvo de perseguição

28/04/2022 17:30 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Desde que voltou à liberdade, em novembro de 2019, o ex-presidente Lula coleciona uma série de vitórias judiciais. Ele passou 580 dias preso na sede da Polícia Federal de Curitiba, o berço da Lava Jato. Todas as acusações contra o petista ruíram em decorrência da falta de provas nas investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. Foi uma das maiores reviravoltas que já se viu em processos envolvendo uma liderança política no Brasil. Lula saiu do xadrez direto para a ponta das pesquisas eleitorais – e é o favorito na corrida pela Presidência da República.

Nesta quinta-feira, 28 de abril, Lula recebeu mais uma grande notícia. O Comitê de Direitos Humanos da ONU apresentou um relatório no qual afirma que o ex-presidente foi alvo de perseguição por parte dos procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro. Como se sabe amplamente, o petista teve seus direitos mais básicos violados pela sanha criminosa dos doutores lavajatistas. 

Moro, aquele que desonrou o Judiciário e se vendeu a Bolsonaro ao preço de um ministério, vive agora nos braços da “velha política” que ele tanto atacava. Deltan Dallagnol, o procurador do MPF e parceiro de Moro nas delinquências contra o devido processo legal, segue a mesma trilha. Duas figuras que se afundaram no lamaçal produzido por eles mesmos.

A ironia: o comitê da ONU deu 180 dias para o governo brasileiro informar como pretende reparar os danos causados a Lula da Silva. O governo de Jair Bolsonaro – que chegou ao cargo com a ajuda vergonhosa do parcial Moro – não fará nada, é claro. Não importa. A decisão que reconhece em Lula uma vítima da Lava Jato tem uma tremenda força simbólica. O veredito da ONU é uma espécie de atestado internacional da inocência do ex-presidente.

A coisa foi tão séria que, reparem só, até a Organização das Nações Unidas se apresenta para, com todas as letras, afirmar: Lula foi sim perseguido e teve direitos violados acintosamente. Por isso, nunca é demais ressaltar: o respeito ao processo legal, com a garantia do amplo direito ao contraditório, é a base da civilização. Fora disso, como agiam os celerados da Lava Jato, é a barbárie. A vitória de Lula no dia de hoje, portanto, é também uma vitória do estado democrático. Pode comemorar.

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