A Justiça aceitou denúncia contra o professor aposentado Lauro Farias Júnior, feita pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL), que o acusa de injuriar e tentar agredir o jovem Luiz Felipe Ferreira Mesquita, 27 anos, que trabalhava em uma loja do shopping localizado no bairro de Cruz das Almas, em Maceió.
O caso aconteceu em novembro do ano passado. Em fevereiro deste ano, o delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito da Capital, concluiu o inquérito policial que apurou discriminação racial contra o jovem. O acusado é um ex-professor da Universidade federal de Alagoas (Ufal), de 68 anos de idade. A denúncia foi aceita pela Justiça no dia 30 de março.
O ex-professor da Ufal foi indicado pelos crimes de injúria racial, perseguição e ameaça.
Em seu depoimento à polícia, Luiz Felipe disse que os ataques começaram em agosto de 2021, quando ele iniciou o trabalho na loja, acrescentando que as ofensas costumavam ser proferidas no momento em que se dirigia ao banheiro do shopping.
Inicialmente, segundo narrou o jovem, ele notou a presença do ex-professor perto do banheiro e o mesmo fazia gestos de tesoura, faca e imitava um macaco. Entretanto, num primeiro momento,o vendedor disse que não achava que os gestos estavam sendo direcionados a ele, por não conhecer o homem. Depois ele constatou que as ofensas eram voltadas para ele.
Em entrevista ao Cada Minuto, em novembro do ano passado, quando registrou a denúncia na delegacia acompanhado por advogados, Luiz Felipe disse que os abusos por parte do professor já aconteciam há 4 meses e que continuaram acontecendo nas semanas seguintes. O jovem disse que relatou o fato ao segurança do shopping que, segundo ele, não fez nada
Na denúncia apresentada a Justiça, o MP/AL afirma que "Ao ameaçar e perseguir a vítima, ameaçando-lhe a integridade psicológica e causando-lhe mal injusto, bem como injuriá-la, ofendendo-lhe a dignidade e decoro, o pratica crime (...) previsto (...) [no] Código Penal. Havendo provas e materialidade, o Ministério Público requer a Vossa Excelência a instauração da competente Ação Penal contra Lauro Farias Júnior".
O MP/AL requer ainda que sejam intimados e ouvidos o professor e testemunhas do caso.