Olavo de Carvalho popularizou o cachimbo entre rapazes “conservadores”

25/01/2022 10:38 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Olavo de Carvalho era um mestre na arte de escrever. Nos livros e nos artigos para a imprensa, combinava, quase irritantemente, erudição e clareza ao enfrentar todo tipo de assunto. O polemista que ganhou fama lá na década de 1990 virou uma chave a partir dos anos 2010. Saiu de cena o pensador e surgiu o chefe de torcida estridente das redes sociais, descontrolado, a distribuir palavrões em vídeos no Youtube.

Reconhecer a qualidade em muito do que ele escreveu não significa adesão a suas ideias. Assim deve ser a leitura de qualquer autor. Sem preconceito. Dito isto, Olavo de Carvalho, a certa altura da vida, se perdeu nos labirintos de uma militância entre o fanatismo e a farsa política. Ao que parece, foi engolido pelo personagem, na mistura fatal de criador e invenção.

Morto nesta segunda-feira aos 74 anos, o intelectual que esnobava carreira acadêmica terminou a vida como “guru do bolsonarismo”. É a parte bisonha do fenômeno. Garotões da “nova direita”, aqui mesmo em Alagoas, se derreteram com os trejeitos do grande líder. A prova cabal da devoção foi o repentino aumento no número de usuários de cachimbo, especialmente no segmento formado por “liberais conservadores”!

Pelas redes virtuais, Bolsonaro e os filhos prestaram homenagem ao falecido. Outros aliados da gang bolsonarista fizeram o mesmo. As manifestações confirmam que o pensador rebelde do passado virou porta-voz do reacionarismo mais desvairado.

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