Corrida eleitoral e jornalismo caótico

24/01/2022 11:30 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Janeiro não trouxe novidade na corrida eleitoral. Lula segue favorito, até para levar no primeiro turno. No plano estadual, também nada alterou o quadro já conhecido desde a reta final de 2021. A maior expectativa é pela decisão do prefeito JHC. É ou não é candidato a governador? Se topar a aventura, será uma mexida e tanto no desenho político do momento. A consequência mais chamativa, e imediata, será Ronaldo Lessa prefeito de Maceió novamente.

Na eleição majoritária, a corrida para o Senado, com apenas uma vaga, tem pesos pesados. Até o fim do ano, as pesquisas mostravam Renan Filho na liderança isolada. O senador Fernando Collor, que tenta renovar o mandato, aparece num distante segundo lugar. Desde a vitória em 2006, é a parada mais difícil para o ex-presidente da República. Talvez por intuição eu escreva que, agora em 2022, ele tem mais chances na disputa pelo governo. 

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Marcelo Victor. Paulo Dantas. Mesa Diretora. A maioria da casa... Aqui pensando na indefesa Alagoas governada por esse universo do parlamento estadual. É o que teremos a partir de abril, caso o governador Renan Filho confirme a candidatura ao Senado e renuncie ao cargo. Como o vice Luciano Barbosa virou prefeito de Arapiraca, um deputado será eleito pela ALE para tocar a administração até o fim do ano. Como se sabe, dizem que será Paulo Dantas.

Aí mora o perigo. O governador-tampão vai pegar um estado cheio de obras a todo vapor, com recursos garantidos para manter o ritmo atual. Somente com hospitais e rodovias, são milhões de reais em investimentos. Não pode haver retrocesso no andamento desses projetos. O núcleo duro do palácio teme algum descompasso na continuidade dos trabalhos. Em jogo está, diz um secretário, “o legado de Renan Filho”.  

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Alagoas vive um “caos” na saúde pública? É o que afirma o maior grupo de comunicação do estado, numa reportagem da Gazeta. O curioso é que o texto descreve os pesados investimentos do governo estadual e, a partir dessa constatação, afirma que estamos diante de um quadro caótico. 

Como assim?! Pelo que entendi, segundo a matéria gazeteana, cada nova unidade de atendimento – hospital, UPA – piora as coisas por aqui. Concurso público também é problema para a Gazeta. É a primeira vez que vejo um governo ser “acusado” de executar o orçamento de maneira adequada, digamos assim. 

Tudo bem. A relação imprensa e governos é tensa por natureza. Ou pelo menos assim deve ser. Não existe jornalismo crítico a favor. Agora, na hora de bater, é obrigatório apontar fatos que sustentem a pegada. Caso contrário, periga ficar com jeitão de jornalismo caótico, meio sem pé nem cabeça.

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