Bolsonaro e as eleições ameaçadas!

06/01/2022 13:59 - Blog do Celio Gomes
Por redação
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Antes mesmo de sair do hospital, Bolsonaro já estava atirando, de novo, contra o sistema eleitoral brasileiro. Na entrevista coletiva após receber alta, nesta quarta 05, o presidente voltou a reproduzir insinuações delinquentes sobre a segurança das urnas eletrônicas. Para quem ainda não voltou da Virada, o capitão estava internado após sentir dores abdominais decorrentes de antigos problemas de saúde. Ele, claro, também voltou a explorar politicamente a facada de 2018.

Na coletiva, ao falar das eleições, Bolsonaro mandou esta: “A Defesa fez um questionamento sobre fragilidade da urna eletrônica e estamos aguardando a resposta. Pode ser que nos convença de que estamos errados. Se estivermos certos, pode ter certeza que algo tem que ser mudado no TSE”. O sujeito retoma as investidas golpistas, com ameaças ao Tribunal Superior Eleitoral.

A intenção criminosa se vale de um delírio típico, desses que alimentam as teorias da conspiração. Acrescenta o pior presidente da história brasileira: “Não vai ser com bravatas de quem quer que seja no Brasil que nós vamos aceitar o que querem impor à nossa população”. Ninguém sabe do que ele está falando exatamente. Mas sabemos que se trata de um gesto de ruptura.

Repare que há nessa fala uma evidente insinuação para descumprimento da lei. O chefe da nação cogita não aceitar o resultado das eleições – a não ser que seja ele o grande vitorioso. É o que está desenhado na cabeça de Bolsonaro, e não é de hoje. A suposta trégua com as instituições é apenas aparente, Jogo de cena, um arrumadinho, com o centrão junto, com tudo. 

O TSE adotou um conjunto de medidas para se proteger de todo e qualquer ataque no processo da votação. O comando da corte sabe que o mais perigoso dos hackers se chama Jair Messias, mora nas redondezas do tribunal e não tem limites em seu poder de destruição. O suspense está armado: com a derrota iminente, o que esse tresloucado pai do Carluxo pode aprontar?

Bolsonaro é o principal fator de intranquilidade no ano das eleições gerais. E já seria o suficiente, pelo potencial de confusões e presepadas. Mas tem mais encrenca no caminho do voto – como o uso político de investigações policiais. Os casos envolvendo Ciro Gomes, dias atrás, e agora o ex-governador de São Paulo Marcio França levantam a suspeita de algo fora do lugar.

Ainda estamos nos primeiros dias de janeiro. Imagine quando o calendário avançar. Será, garantem por aí os profetas desses tempos pandêmicos, a disputa eleitoral mais tensa da trajetória republicana. De fato, tudo pode acontecer. Mas não vamos perder o foco. Nessa parada, o grande perigo para a democracia é Jair Bolsonaro. 

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