Finalmente, Lula e Alckmin se encontraram em público pela primeira vez. A primeira vez, é claro, desde que uma notícia surpreendente tomou as manchetes: a possível aliança entre o petista e um totem do velho tucanato. A conversa entre os dois ocorreu na noite deste domingo 19/12, durante um jantar organizado pelo Prerrogativas, um grupo de advogados que se tornou uma trincheira na defesa do estado de direito no Brasil.

No discurso, Lula disse que não importa se ele e seu novo camarada trocaram “botinadas” no passado, durante as disputas eleitorais. O ex-presidente deu recados estratégicos, em mais um lance de sua pré-campanha para voltar à Presidência. Está fazendo o que tem de fazer. Fatos e circunstâncias dão a ele vias naturais, digamos assim, para mover peças, avaliar cenários e avançar. 

Vivendo exatamente o contrário dessa situação, Sergio Moro tenta faturar algum apoio com ataques a Lula. Desmoralizado, o “magistrado” suspeito e parcial, que corrompeu processos judiciais, se manifestou sobre o jantar em torno do ex-presidente. Querendo fazer ironia, disse que o evento comemorava a “grande corrupção”.

Não vai colar. A conversa fiada do “combate sem tréguas à corrupção” elegeu Bolsonaro e outros bandidos lá em 2018. A coisa mudou. Para 2022 não adianta o trololó do “fim da velha política”. O desastre na vida brasileira atesta que esse discurso era somente o que sempre foi – uma farsa tão antiga quanto corruptos iguais a Bolsonaro e Wilson Witzel.

E o que anda fazendo o presidente Jair Messias? Você talvez responda que ele anda inaugurando obra inacabada, xingando servidores públicos, liberando grana para Arthur Lira... Rapaz, até pode ser. Mas, além dessas “tarefas”, revela a coluna Radar, na Veja, o homem gosta mesmo é da vida mansa, de tirar boas sonecas em plena hora de trabalho. 

“Bolsonaro agora deu para dormir durante expediente no Planalto”. Esse é o título de um breve texto que informa sobre a rotina do delinquente. Segundo o jornalista Robson Bonin, “viciado em redes sociais”, o presidente vira as noites grudado no celular, ocupando a cabeça vadia com as imundícies que o atrai no universo virtual. 

Por isso, completa a Veja, para compensar as horas noturnas de vadiagem, Bolsonaro usa “um quarto improvisado no gabinete do planalto” para pegar no sono durante toda a tarde. Agora sim, o legítimo bolsonarista poderia afirmar, sem medo de errar: “Vagabundagem é isso daí!”.  

Por enquanto estamos assim. Lula costura alianças, amplia vantagem nas pesquisas e consolida um projeto para ganhar a eleição e governar. Sergio Moro solta seus grunhidos e esperneia, afogado nas manobras indignas de um juiz parcial. E Bolsonaro... Entre um ato e outro de destruição do país, vai dormir em plena hora do batente. E isso – também – explica muita coisa sobre estes anos muito loucos. Não sei se fui claro agora, no fim.