Mais de 40 movimentos sindicais e/ou sociais e Alagoas divulgaram uma nota conjunta de repudio aos ataques e ameaças sofridos pela pastora Odja Barros, da Igreja Barista do Pinheiro, após realizar, pela primeira, vez um casamento homoafetivo no início de dezembro.

No texto, assinado por 46 entidades, os grupos se solidarizam com a Igreja Batista e com a pastora e sua família quanto as ameaças sofridas. Para o grupo, os ataque sindicam a presença de grupos fascista violentos em Alagoas. “Não apenas apenas lançando discursos de ódio nas redes sociais, de caráter misógino, lgbtfóbico, racista, contra as populações pobres do campo e da cidade, mas, demonstram ser capazes, também, de ações mais violentas, com ameaças à integridade física e à vida dos que lutam por inclusão social, justiça social, democracia e liberdade”, diz trecho da nota.

Os movimentos pedem que as autoridades apurem o caso, identifiquem s criminosos e ofereça a segurança necessária para a pastora e sua família, assim como para as atividades e celebrações da Igreja Batista do Pinheiro.

A pastora Odja Barros sofreu ataques e ameaças de morte, após a repercussão do casamento religiosos entre duas mulheres celebrado por ela. Em uma das ameaças, um homem enviou uma foto de uma arma de fogo ao lado da Bíblia e disse que iria dar cinco tiros na cabeça da pastora.

Em entrevista ao Cada Minuto, Odja disse que se a ameaça era para gerar medo e silenciamento, está fazendo o contrário. “Estou me sentindo superando o medo”. Ela disse também que ainda se sente assustada e insegura diante da gravidade da ameaça, mas que as medidas que estão sendo tomadas a deixam mais segura

Odja Barros e a família já  registram boletim de ocorrência. A pastora procurou a Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas (Semudh). Na manhã desta quarta-feira (15),  ela esteve reunida com a Secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos, Maria José; com o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos - CEDDH, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher - CEDIM, a vereadora Teca Nelma e o delegado Carlos Reis. 

A Polícia Civil vai investigar o caso e designou, em caráter especial, a delegada Luci Monica, titular do 9° Distrito Policial, para presidir o inquérito policial.

Leia a nota dos movimentos sindicais e sociais divulgada nessa terça-feira (14):

O conjunto da militância dos movimentos sindical e social de Alagoas repudia veementemente os ataques e ameaças de morte à Pastora Odja Barros, da Igreja Batista do Pinheiro, após a cerimônia religiosa de benção ao casamento de um casal homoafetivo realizada pela religiosa.

Solidarizamos-nos com a Igreja Batista do Pinheiro e com a Pastora Odja e sua família, que estão sendo ameaçadas, indicando que há grupos fascistas violentos atuando em Alagoas, não apenas lançando discursos de ódio nas redes sociais, de caráter misógino, lgbtfóbico, racista, contra as populações pobres do campo e da cidade, mas, demonstram ser capazes, também, de ações mais violentas, com ameaças à integridade física e à vida dos que lutam por inclusão social, justiça social, democracia e liberdade.

Alertamos à sociedade alagoana para este ato criminoso e cobramos ao Governo do Estado a ação ágil do setor de Segurança Pública, tanto para identificar o grupo criminoso, como para oferecer segurança concreta à Pastora Odja Barros e sua família, bem como segurança ao exercício da prática religiosa da Igreja Batista do Pinheiro.  

A Igreja Batista do Pinheiro pratica o cristianismo com respeito e apoio a todos os setores excluídos e oprimidos na sociedade, e sempre soma com os movimentos sociais de defesa dos direitos humanos, sociais, trabalhistas, de defesa da liberdade e da democracia. A perseguição a esta comunidade religiosa precisa cessar, pois recentemente uma ação inconstitucional da empresa mineradora Braskem reprimiu o movimento de protestos das vítimas do gigantesco crime ambiental que vitimou milhares de famílias em quatro bairros de Maceió, perseguindo também a Igreja Batista do Pinheiro.

Os movimentos sociais de Alagoas estão juntos e solidários com a Igreja Batista do Pinheiro, contra toda a intolerância religiosa, preconceitos, discriminações e violências, em defesa da democracia, da justiça e da liberdade.

Maceió, 14 de dezembro de 2021.

ADUFAL – Associação dos Docentes de Alagoas

Associação do Coletivo Cia Hip Hop de Alagoas

Associação Tamo Juntas

Bancada Negra

CARMIM - Feminismo Jurídico

CDDM - Centro de Defesa dos Direitos da Mulher

CONEPIR - Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial

CSP-CONLUTAS

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Fórum Nacional dos Usuários do SUAS em Alagoas - FEUSUAS/AL

Frente Progressista da Advocacia Alagoana

Frente Progressista de Advogadas e Advogados de Alagoas

Grupo Amizade, Fé e Política

Grupo Gay de Alagoas  - GGAL

Grupo Gay de Maceió - GGM

Marcha Mundial das Mulheres

MLST

Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas - MLB

Movimento de Mulheres Olga Benario

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Movimento Nacional da População em Situação de Rua - MNPR/AL

Movimento Negro Unificado - MNU

Movimento Policiais Antifascismo - AL

MTST - AL

Mulheres do PSOL Alagoas

Partido Comunista Brasileiro - PCB

PSOL - Partido Socialismo e Liberdade

PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados

PT – Partido dos Trabalhadores

RENFA - Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas de Alagoas

SASEAL - Sindicato das/os Assistentes Sociais do Estado de Alagoas

Secretaria de Mulheres da CUT AL

Secretaria de Mulheres do SINDPREV AL

Secretaria de Mulheres do SINTEAL

Secretaria LGBT do Partido dos Trabalhadores de Alagoas

Sindicato dos Bancários de Alagoas.

Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal em Alagoas - SINDJUS-AL

Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional  no Estado de Alagoas - SINTIETFAL

Sindicato dos Urbanitários

SINDIPETRO-AL/SE

SINFEAL

SINTESFAL

União da Juventude Comunista - UJC

União da Juventude Rebelião

Unidade Popular – UP

Unidade Popular pelo Socialismo - Alagoas